Desde Setembro do ano passado que as trabalhadoras da conserveira, na vila de Rabo de Peixe, na Ilha de São Miguel, vêm realizando acções de luta para reivindicar direitos como a progressão das manipuladoras na carreira profissional, a conciliação da vida profissional com a pessoal e familiar, aumentos salariais «justos» e a subida também do subsídio de alimentação e das diuturnidade.
À paralisação que agora se anuncia junta-se a luta das 35 horas de horário de trabalho semanal. Vítor Silva, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Alimentação, Bebidas e Similares, Comércio, Escritórios e Serviços, Hotelaria e Turismo dos Açores (SITACEHT Açores/CGTP-IN), citado pelo Diário dos Açores, na sua edição de 20 de Abril, revelou recentemente que esta reivindicação vai ser alargada a outras empresas e sectores.
Quanto à progressão das manipuladoras das trabalhadoras da Cofaco, o dirigente explicou que o sindicato sugeriu que essa categoria «fosse dividida em pelo menos três níveis para que as trabalhadoras beneficiem de distinção e aumentos salariais», tendo admitido que «os únicos aumentos» que as operárias têm são «os decorrentes do aumento da retribuição mínima regional».
Vítor Silva defende por isso que estas trabalhadoras «estão a ser duplamente prejudicadas», com uma vida de trabalho a auferir o salário mínimo e, mais tarde, «reformas de miséria», tendo acrescentado que a administração da Cofaco Açores «não aceita esta pretensão da dignificação profissional das trabalhadoras». Neste sentido, acrescentou, «não resta outra alternativa às trabalhadoras, e ao SITACEHT/Açores, que não seja continuar a luta e avançar com o aviso prévio de greve».
O responsável denuncia que 85% dos trabalhadores da Cofaco estão impossibilitados de progredir na categoria profissional e avisa que o sindicato «irá até às últimas consequências» até que seja «corrigida a situação» das trabalhadoras da Cofaco, admitindo recorrer do ponto de vista constitucional.
No dia 1 de Maio, o SITACEHT/Açores lança uma petição pelo aumento do acréscimo regional ao salário mínimo nacional na região, de 5 para 10%. Vítor Silva lembra que mais de 11% dos trabalhadores açorianos são pobres porque «os vencimentos são extremamente baixos».
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