«Submetemo-nos a uma viagem de barco desde o continente africano em condições muito difíceis. Arriscámos a vida à procura de um futuro melhor, de um futuro digno, porque não tínhamos condições nos nossos países» explica o documento preparado pelos muitos migrantes que vivem, há várias semanas, acampados em torno da Igreja dos Anjos, em Lisboa. Pelo caminho, relatam, «viram morrer alguns amigos e irmãos».
Estes migrantes, trabalhadores, participaram na manifestação do 1.º de Maio da CGTP-IN em Lisboa, onde distribuíram um documento que defende a sua regularização imediata: para conseguirem «integrar-se no território e começarem rapidamente a trabalhar», estes trabalhadores migrantes precisam dos documentos.
Alguns destes trabalhadores estão há mais de quatro meses à espera de uma resposta da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), sem sucesso.
«Queremos aqui viver, aqui trabalhar». Se por um lado, querem ajudar as famílias que ficaram para trás, no Senegal, na Gâmbia, na Mauritânia, estes migrantes, condenados a uma situação de sem-abrigo, querem «ajudar a construir este país, que também precisa de nós. Queremos pagar aqui os nosso impostos e contribuir para os cofres públicos».
«Ao dificultarem a nossa regularização, as autoridades portuguesas condenaram-nos à situação de indignidade em que nos encontramos e deixam-nos permeáveis a todos o tipo de abusos». O momento, agora, é de «Solidariedade, Sempre!».
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