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Silêncios Impossíveis

Imaginemos que se nomeava como Diretor Clínico alguém sem currículo de experiência na área da direção e da gestão médicas hospitalares.

Créditos / Pixabay

Imaginemos que há um grupo de médicos que trabalham, por opção, num hospital do Interior do país. Que eles já desempenharam os mais diversos cargos na hierarquia médica. Que são Diretores de Serviço, já foram adjuntos do Diretor Clínico, ou mesmo, alguns deles, diretores clínicos. Que, sendo diversos nas suas especialidades, nas suas características e nos seus trajetos hospitalares, partilham uma grande dedicação ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) e sempre «vestiram a camisola» do seu hospital.

Ainda no campo da imaginação, enquadremos este cenário no estado atual do SNS, em especial na debilidade das unidades hospitalares do Interior. O desinvestimento, a falta de recursos humanos, a degradação dos últimos anos.

Recordemos as expectativas legítimas que, na área da saúde, tantos de nós tivemos nesta «mudança de ciclo governativo».

Imaginemos que se nomeava como Diretor Clínico alguém sem currículo de experiência na área da direção e da gestão médicas hospitalares. Esse alguém, assumindo a sua inexperiência, decide rodear-se do tal grupo de colegas acima referenciado. Fá-lo, assumindo que eles são a sua primeira escolha, reconhecendo-lhes experiências e capacidades, prometendo-lhes uma direção clínica colegial – centrada num projeto voltado para os doentes e para a coesão e equilíbrio do centro hospitalar.

Todos reconhecerão como compreensível, e até obrigatório, que esse grupo de médicos assumisse com dedicação e entusiasmo as suas funções de adjuntos do Diretor Clínico.

Se este grupo de médicos se demitisse, assinando um documento comum, não seria tal ato reflexo de uma situação muito séria e muito grave? Não estariam então em causa divergências profundas tão importantes, ao ponto de deixá-los sem outra opção? Não significaria que ter-se-iam ultrapassado «linhas vermelhas», violado normas deontológicas ou éticas de forma inaceitável?

Em tal situação, não seria de esperar que o Diretor Clínico se colocasse do lado dos seus colegas? Ou que o Conselho de Administração fizesse uma profunda análise/reflexão sobre este assunto tão sério?

O que era difícil de imaginar era que se lidasse com o assunto de forma ligeira, mentindo, deturpando, fugindo para a frente.

Se um dia tudo isto acontecesse, acham que esses médicos deixariam «cair os braços»? Assistiriam, em silêncio, à degradação do projeto do seu hospital?

 

O autor escreve ao abrigo do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990

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