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Dias da Cultura na Síria para formar «uma geração que construa e não destrua»

A Ópera Nacional de Damasco acolheu a sessão de abertura dos Dias da Cultura, organizados no âmbito do 64.º aniversário do Ministério da Cultura, visando «preservar e consolidar» o legado sírio.

Exposição, no Museu Nacional de Damasco, em homenagem aos 27 arqueólogos e trabalhadores do Departamento Geral de Antiguidades e Museus da Síria que deram a vida pela defesa do património 
Créditos / Prensa Latina

A sessão central de abertura, no dia 24 (fotos), incluiu uma homenagem a vários criadores sírios nas áreas da música, teatro, literatura e artes plásticas, bem como a exibição de espectáculos de dança, peças musicais e trechos líricos do património sírio, indica a Sana.

No âmbito dos Dias da Cultura 2022, está prevista a realização de 162 actividades culturais por todo o país levantino, revelaram os organizadores.

«A cultura síria, apesar de todas as dificuldades, continua ter uma presença forte e encarna a imagem correcta da arraigada história do povo sírio, disse a ministra da Cultura, Lubana Mashwah, no seu discurso de abertura.

Acrescentou que, ao longo da sua existência, o ministério de que é titular «fez um trabalho incansável, sobretudo durante os 12 anos da guerra, para preservar os tesouros do património cultural para as gerações futuras e os proteger da distorção e da manipulação».

Festa da sessão de abertura dos Dias da Cultura, na Ópera Nacional de Damasco / PL

Com os Dias da Cultura, as várias as províncias do país árabe dinamizam iniciativas como exposições de arte, conferências sobre o património material e imaterial, espectáculos de dança tradicional e moderna, recitais e actos de homenagem a figuras culturais destacadas, refere Fady Marouf, correspondente da agência Prensa Latina.

Lubana Mashwah disse ainda que as actividades e eventos organizados pelas entidades culturais respondem a planos, metas e programas nacionais de formação dos mais jovens e pretendem «construir uma geração consciente que construa e não destrua».

Exposição de peças arqueológicas resgatadas ao terrorismo

No contexto dos Dias da Cultura, o Ministério sírio da Cultura inaugurou uma exposição (fotos), no Museu Nacional de Damasco, de peças de diversas épocas que regressaram ao país (depois de terem sido contrabandeadas para o estrangeiro) ou foram resgatadas pelo Exército Árabe Sírio.

O evento, informa a Sana, tem como objectivo primordial prestar homenagem aos 27 arqueólogos e trabalhadores do Departamento Geral de Antiguidades e Museus (DGAM) que deram a vida pela protecção do património cultural sírio, frente a acções de sabotagem, contrabando e terrorismo.

Lubana Mashwah, ministra síria da Cultura (à direita), ouve as explicações de uma funcionária sobre uma obra em exposição / PL

Em declarações à imprensa, Lubana Mashwah disse que «os terroristas e ladrões de antiguidades tentaram roubar e levar estas peças valiosas para fora da Síria», que foram recuperadas e devolvidas aos museus graças às forças de segurança e ao Exército Árabe Sírio.

«É um gesto de gratidão, amor e respeito pelos trabalhadores das antiguidades que perderam as suas vidas e trabalharam arduamente nas circunstâncias mais difíceis», sublinhou a titular da Cultura.

De acordo com Nazir Awad, director-geral da DGAM, mais de 35 mil peças antigas foram recuperadas e entregues ao Museu Nacional de Damasco, além de vários milhares aos demais museus do país.

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