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Síria anuncia descoberta de um mosaico romano único

A Direcção-Geral de Antiguidades e Museus anunciou, esta quarta-feira, que uma descoberta rara e de grande valor arqueológico foi desenterrada na cidade de Rastan (província síria de Homs).

Imagem do mosaico romano descoberto na cidade síria de Rastan 
Créditos / Prensa Latina

As autoridades sírias mostraram, ontem, um mosaico datado de há 1600 anos, da época romana, notavelmente intacto, que figura combatentes na Guerra de Tróia, tendo classificado a descoberta como uma das «mais raras» e «sem precedentes» na região e a nível mundial.

Este mosaico é o mais recente de vários achados arqueológicos na cidade de Rastan, localizada praticamente a meio caminho entre Homs e Hama, e que as tropas do Exército Árabe Sírio e seus aliados libertaram do terrorismo em 2018.

O director de Escavações e Estudos Arqueológicos da Direcção-Geral de Antiguidades e Museus (DGAM) da Síria, Hammam Saad, explicou em conferência de imprensa que os guerreiros figurados no mosaico seguram espadas e escudos, e que também é possível ver nomes de figuras gregas que «participaram» na Guerra de Tróia, indica a Prensa Latina.

«Não é o mais antigo do seu género, mas é o mais completo e o mais raro», disse Saad. «Não temos um mosaico semelhante», acrescentou.

O quadro em mosaico [ver galeria fotográfica da Sana], com 20 metros de comprimento e seis de largura, foi descoberto depois de as autoridades terem detectado túneis cavados pelos terroristas debaixo de duas casas para saquearem peças antigas, quando a região se encontrava sob o domínio dos jihadistas, entre 2012 e 2018, explicou o responsável pelas escavações.

Sobre o quadro descoberto, Hammam Saad disse que consta de duas cenas principais, que mostram amazonas guerreiras e outras figuras da mitologia romana, e que também faz alusão à epopeia Ilíada, de Homero.

«Ainda não conseguimos identificar o tipo de edifício, se era um banho público ou outra coisa, porque ainda não acabámos as escavações», indicou Saad, que não põe de parte a possibilidade de o quadro ser maior.

Recuperação de património roubado e regresso de missões arqueológicas

A região central da Síria, onde fica a cidade de Rastan, é rica em mosaicos da época romana. Muitos foram roubados e saqueados.

Até ao início da guerra de agressão, em 2011, o país levantino era o destino de centenas de investigadores e estudantes na área da arqueologia, devido à riqueza e densidade dos seus espaços antigos e sítios arqueológicos – mais de 16 mil, alguns dos quais estão inscritos na lista de Património Mundial da Humanidade da Unesco.

Ao longo da guerra, um património de valor incalculável foi destruído, e muito foi saqueado, roubado e levado ilegalmente para fora do país.

Em meados de 2020, o director da DGAM, Nazir Awad, revelou que mais de 40 mil objectos antigos roubados em diferentes fases do conflito tinham sido devolvidos à Síria e aos seus museus.

Entretanto, mais objectos foram devolvidos. E as missões arqueológicas internacionais, que chegaram a ser apenas duas, também estão à regressar à Síria.

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