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Carlos Moedas e a arte de nada fazer

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa pode ter ganho as últimas eleições autárquicas mas a capital não ficou com o brinde. Carlos Moedas cancelou o projecto de construção da nova Feira Popular.

Carrossel da Feira Popular de Lisboa. Desde 2005 que a feira está encerrada, por acção do executivo PSD/CDS-PP da CML, liderado por Pedro Santana Lopes 
Carrossel da Feira Popular de Lisboa. Desde 2005 que a feira está encerrada, por acção do executivo PSD/CDS-PP da CML, liderado por Pedro Santana Lopes CréditosJoão Relvas / Agência Lusa

Poucas semanas depois de retirar a proposta de alteração da ciclovia da Avenida Almirante Reis, uma das propostas mais importantes da campanha eleitoral dos sociais-democratas, Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML) tratou de demolir o consenso que se tinha criado, desde 2015, em torno da construção da nova Feira Popular em Carnide.

Depois de Monsanto e do Parque Mayer, Moedas assumiu o compromisso eleitoral de «transformar o actual projeto da Feira Popular». Essa transformação passa, aparentemente, por destruir todo o processo em desenvolvimento, que consistia num espaço de características distintas das existentes em Entrecampos, com a sua integração num parque urbano. 

As obras nos terrenos municipais junto ao Bairro Padre Cruz, em Carnide, onde a feira seria construída, continuam suspensas. O empreiteiro deixou no terreno várias caixas de materiais inflamáveis, além de várias lagoas a céu aberto, sem qualquer vigilância, numa situação de insalubridade, abandono e perigosidade.

A decisão de Moedas apanhou de surpresa a oposição na CML, que não foi informada da resolução do presidente, assim como dos autarcas de Odivelas e Amadora, parte integrante do projecto e que desconheciam, por completo, as intenções do presidente da CML.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Junta de Freguesia de Carnide, Fábio Alves, reafirmou a disponibilidade para procurar uma solução que dê uso aos hectares que estão, hoje, ao abandono. O autarca não se opõe à construção de um parque verde, «acompanhado de equipamentos para usufruto da população, sejam eles desportivos, como uma piscina, equipamentos desportivos e sociais».

Cancelamento do projecto exige uma alternativa

O Bloco de Esquerda (BE) reagiu às declarações de Carlos Moedas acusando-o de «desistir de governar» a cidade. Por seu lado, o PS, que governou a cidade nos últimos anos, lamenta que «Carlos Moedas não tenha uma visão de cidade e, muito menos, uma ambição para Lisboa, razão pela qual já pouco resta do seu programa eleitoral, sendo rara a semana que não deixar cair uma das bandeiras».

Em comunicado, os vereadores do PCP na CML relembram que, «desde o encerramento da Feira Popular em Entrecampos, por decisão de uma gestão PSD-CDS-PP de Santana Lopes, em 2003, que o PCP defende que a cidade de Lisboa não deve ser privada de um espaço com aquelas características».

«o PCP manifesta disponibilidade para discutir alternativas para aquele espaço, tendo em conta as necessidades existentes e a vontade da população», tendo sempre em conta que «qualquer projecto diferente para os terrenos de Carnide deve ser acompanhado de uma proposta de localização alternativa para a Feira Popular».

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