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|Turquia

«Nâzım Hikmet não temeu o seu século e nós não tememos o nosso»

Manifesto é adaptação do Manifesto Comunista que o grupo turco Oyun Sandalı vai estrear mundialmente no próximo dia 21. Cansu Fırıncı e Harun Güzeloğlu falam sobre o projecto.

Cartaz de 'Manifesto' 
Cartaz de 'Manifesto' Créditos / @oyunsandal

O famoso panfleto de Karl Marx e Friedrich Engels conhecerá uma adaptação teatral pela mão de um grupo de artistas do Partido Comunista da Turquia (TKP), com estreia mundial marcada para dia 21 de Abril, às 21h (19h em Portugal continental e Madeira), via online streaming e com legendas em inglês.

O soL News falou sobre a peça com o director Harun Güzeloğlu e o actor Cansu Fırıncı, sobre a ideia de adaptar para teatro o Manifesto do Partido Comunista e sobre o Oyun Sandalı, grupo teatral de que ambos fazem parte e que leva o texto à cena.

No que respeita à companhia teatral, Harun Güzeloğlu sublinhou que, «em primeiro lugar, a sua perspectiva sobre a produção teatral requer uma consciência de esquerda relativamente aos problemas do país», antes de relembrar o trajecto da companhia e chegar à adaptação do Manifesto Comunista, pela qual Güzeloğlu foi responsável, assim como pela direcção.

«O sonho de Brecht»

Questionados sobre o que os motivou a levar o Manifesto para o palco, o actor Cansu Fırıncı destacou que esse «era o sonho de Brecht» e que estavam entusiasmados depois de terem encenado as Cartas a Taranta Babu, de Hikmet. «Esta nova peça ia ser um texto mais assertivo», disse, acrescentando: «A peça ia apoiar a luta dos trabalhadores tanto na Turquia como no mundo. Não havia melhor escolha que o Manifesto

A peça 'Manifesto' estreia a 21 de Abril, às 21h (19h em Portugal continental), com legendas em inglês  Créditos

A este respeito, Harun Güzeloğlu disse: «Nós também somos filhos deste país; estamos a lutar quase com os mesmos problemas, e a nossa função é discutir as questões que problematizamos com o nosso público usando os recursos da arte teatral…»

A adaptação do Manifesto Comunista justifica-se de muitas formas: os tributos ao individualismo e à reacção que se impõem a uma organização; os ataques aos direitos das mulheres, das crianças, enquanto se normaliza a exploração; os abusos cometidos sobre a natureza; os direitos à Educação e à Saúde vilipendiados… «demasiados para serem enumerados», disse o director da peça, sublinhando que, sem o aspecto educativo, ao teatro resta apenas o show. «E nós não somos gente do show mas artistas de teatro.»

Dos desafios colocados pelo texto e outras coisas mais

Quanto à natureza teórica do texto, às dificuldades colocadas à adaptação para teatro e ao esforço para o tornar mais acessível às pessoas, tendo em conta o propósito de levar a peça a largas camadas da classe trabalhadora no país, Cansu Fırıncı defendeu que, apesar de todas as dificuldades e desafios que coloca ao palco, o Manifesto também «envolve humor, ironia e gosto literário».

Por seu lado, Harun Güzeloğlu destacou a dificuldade do processo de adaptação, a que acresceu a paragem dos ensaios duas vezes (devido à pandemia), e afirmou que o processo não estará concluído até à estreia. «Saberemos se temos êxito no confronto com o público», disse.

A peça será representada no Teatro Moda Sahnesi, mas o público, que estará ausente do local, poderá aproximar-se dos actores via Internet. Cansu Fırıncı disse: «Nâzım Hikmet não temeu o seu século, o século 20. […] Nós não temenos o século 21, também, sabendo que o nosso século é o da época da transição para o socialismo. Que Manifesto traga boas novas para a humanidade.»

Harun Güzeloğlu pediu a todos que estejam com os artistas do Oyun Sandalı na estreia e enviou uma saudação aos que «nunca se vergam…».

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