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MPPM critica Estados Unidos pelo fim da assistência a refugiados

O Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente condena a decisão dos EUA de «liquidar» a agência da ONU de assistência aos refugiados palestinianos.

Escola feminina da UNRWA no campo de refugiados de Shua'fat, a norte de Jerusalém
CréditosJim Hollander / Agência Lusa

Foi no passado dia 31 de Agosto que a administração de Donald Trump anunciou que iria pôr fim à sua contribuição anual de 360 milhões de dólares de financiamento à UNRWA, a agência da ONU de assistência aos refugiados palestinianos no Médio Oriente, privando-a de um terço do seu orçamento.

O Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) entende que se trata de um «novo e perigoso passo na concretização do propalado "acordo do século", ainda antes de ser formalmente apresentado», com o objectivo de «resolver» a questão palestiniana, «satisfazendo as pretensões do regime sionista de Israel e forçando o povo palestino a abdicar dos seus legítimos e imprescritíveis direitos nacionais».

O movimento denuncia ainda os argumentos invocados pelos EUA, que criticaram a UNRWA pelo seu «modelo de negócio insustentável», mas que «não considera "insustentável" dar 38 mil milhões de dólares a Israel na próxima década – precisamente o país que com a sua limpeza étnica em 1948, e novamente em 1967, causou a tragédia dos refugiados palestinos.

Quanto ao fundamento de que a UNRWA constitui uma «operação irremediavelmente defeituosa», o MPPM sublinha que os EUA não têm «autoridade moral» para dar lições, depois dos «milhares de milhões de dólares gastos [...] na invasão do Afeganistão e do Iraque, e nas agressões à Líbia, à Síria e ao Iémen, causando a destruição desses países, milhões de mortos e feridos e vagas de deslocados e refugiados».

Ao contrário de outras agências da ONU, a UNRWA é financiada quase exclusivamente por contribuições voluntárias dos Estados-membros. Pelo que, se o fim do financiamento norte-americano não for compensado pelo aumento dos contributos de outros países, o apoio prestado aos refugiados ficará comprometido.

O MPPM frisa ainda que a decisão dos EUA integra um conjunto de pressões para fazer os palestinianos regressar à mesa das «negociações» e renunciar à sua posição de recusar os EUA como mediador do chamado «processo de paz», na sequência de este país, violando décadas de resoluções da ONU e a legalidade internacional, reconhecer Jerusalém como a capital de Israel e transferir para aí a sua embaixada. 

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