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Federação sindical indiana anuncia boicote a navios com armas para Israel

A Federação dos Trabalhadores dos Transportes Aquáticos da Índia, que representa mais de 3500 trabalhadores em 11 portos do país, decidiu não carregar ou descarregar navios com armas para Israel.

Zona destruída pelos bombardeamentos no centro de Rafah, no Sul da Faixa de Gaza, em Fevereiro de 2024 
Créditos / PressTV

A decisão anunciada em comunicado foi confirmada, este domingo, por um dirigente da federação à agência Anadolu.

«Decidimos não carregar nem descarregar navios que chegarem com armas. No entanto, até agora, nenhum navio desse género chegou. Se vier, faremos boicote», disse à agência turca Narendra Rao, secretário-geral do sindicato.

Rao afirmou que a estrutura é filiada na Federação Sindical Mundial e que, há alguns meses, os sindicatos dos sectores portuários de todo o mundo decidiram não lidar com navios que transportam armas para Israel nos seus respectivos portos.

«Os trabalhadores portuários, sindicalizados, sempre se opuseram à guerra e à matança de pessoas inocentes, como mulheres e crianças», acrescentou.

Na quarta-feira passada, dia 14, a federação sindical indiana emitiu um comunicado em que declara a recusa dos trabalhadores a «carregar e descarregar armamento de Israel ou qualquer outro país» para a guerra na Palestina.

«O ataque recente de Israel a Gaza mergulhou milhares de palestinianos em imenso sofrimento e perdas», afirma o texto, que pede um cessar-fogo imediato.

«Enquanto sindicatos responsáveis, declaramos a nossa solidariedade com aqueles que fazem campanha pela paz. Apelamos aos trabalhadores do mundo e aos povos amantes da paz para que apoiem a exigência de uma Palestina livre», declara o comunicado da federação sindical, citado por The Wire.

Bombardeamentos israelitas continuam

Esta manhã, dezenas de pessoas perderam a vida ou ficaram feridas como resultado dos ataques israelitas a vários pontos da Faixa de Gaza, indica a agência Wafa, que dá conta de bombardeamentos em diversos bairros da Cidade de Gaza e no Centro do enclave (Deir al-Balah, Nuseirat, al-Zawaida, al-Bureij e al-Maghazi, com um registo de pelo menos dez mortos).

No Sul, refere a agência, as tropas israelitas disparam contra tudo o que se move dentro do Hospital Nasser, em Khan Younis, onde pelo menos oito pessoas perderam a vida devido ao corte de energia e à subsequente paragem dos ventiladores.

Há ainda registo de ataques às imediações do Hospital al-Amal e do centro hospitalar especializado Argélia, na região de Khan Younis, bem como de casas bombardeadas mais a sul, na província de Rafah.

Dos ataques israelitas perpetrados de madrugada, resultaram pelo menos 70 mortos, informa ainda a agência, com base em fontes médicas.

Com 80% da população do enclave deslocada à força e mais de um quarto a passar fome, dados preliminares do Ministério da Saúde, ontem, apontavam para 28 985 mortos e 68 883 feridos, na Faixa de Gaza, desde o início da mais recente agressão israelita ao território, em 7 de Outubro último.

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