A Semana das Caraíbas na Venezuela 2023 arrancou esta segunda-feira com um simpósio dedicado às «conquistas e desafios da união caribenha», em que intervieram personalidades venezuelanas e estrangeiras, como o primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves.
Este último fez uma abordagem do meio de século desde a criação da Caricom assente numa perspectiva histórica, tendo insistido na questão da unidade, da integração e da solidariedade mútua entre a América Latina e as Caraíbas.
«Não podemos resolver os desafios da guerra e da paz, da fome, das pandemias sem a solidariedade», sublinhou o também presidente da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac).
Reflectindo sobre presente e futuro, Gonsalves insistiu que a única forma de não estragarmos o amanhã é mantendo-nos unidos e solidários, indica a agência Prensa Latina.
Território unido na luta contra o inimigo comum que são o imperialismo e o neocolonialismo
Por seu lado, o ministro venezuelano dos Negócios Estrangeiros, Yván Gil, afirmou que, inspirados na Revolução do Haiti, a América Latina e as Caraíbas se tornaram um território rebelde e revolucionário, correndo com o colonialismo e o imperialismo para construir um destino comum.
«Os nossos povos lutaram nos últimos 220 anos para conquistar as suas independências, soberania e liberdade», afirmou Gil, acrescentando que a única forma de as manter é por via da unidade.
A «única alternativa que a região possui é caminhar unida», defendeu o diplomata venezuelano, que enquadrou nesse contexto tanto o surgimento da Celac, em 2011, como da Caricom, há 50 anos.
O chefe da diplomacia bolivariana destacou a integração da Venezuela nas Caraíbas e o muito que há a agradecer a essa região, desde as lutas pela independência do Libertador Simón Bolívar até episódios mais recentes, na luta contra o inimigo comum que são o imperialismo e o neocolonialismo.
Aprofundar relações económicas e culturais
Na sua intervenção, sobre a Caricom no actual concerto regional, o vice-ministro para as Caraíbas, Raúl Li Causi, abordou a evolução desse bloco desde a sua criação, a 4 de Julho de 1973, e como os desafios se foram transformando com a passagem tempo, dizendo hoje respeito a questões como alterações climáticas e acesso a recursos.
Outro orador, Ernesto Villegas, titular venezuelano da pasta da Cultura, advogou uma maior integração regional e afirmou que esta semana de celebração do cinquentenário da Caricom deve ser aproveitada, também, para aprofundar as relações económicas e culturais, refere a VTV.
No âmbito das comemorações, esta segunda-feira foi inaugurada uma exposição fotográfica na Sala Salvador Allende do Ministério dos Negócios Estrangeiros, estando ainda previstas conferências sobre reparações da escravatura e da colonização, bem como sobre a campanha de exigência de reparações levada a cabo pela Caricom.
Fundada em 1973 por quatro países das Caraíbas anglófonas – Barbados, Jamaica, Guiana e Trindade e Tobago –, a Caricom é integrada ainda por Antígua e Barbuda, Bahamas, Belize, Dominica, Granada, Haiti, Monserrate, Santa Lúcia, São Cristóvão e Neves, São Vicente e Granadinas e Suriname.
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