O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) promoveu na sexta-feira passada, em Bragança, uma acção de sensibilização da população para dar conta dos problemas laborais destes profissionais de saúde.
Os enfermeiros reivindicam uma «justa contagem de pontos para efeitos de progressão», «a urgente contratação de enfermeiros com vínculo efectivo» e «a harmonização de direitos entre enfermeiros com vínculos contratuais diferentes», expressos pelo «direito aos mesmos dias de férias e medidas de compensação do risco e penosidade da profissão», nomeadamente através de uma aposentação antecipada, declarou à Lusa o responsável do SEP na região de Trás-os-Montes e Beira Alta, Alfredo Gomes.
De acordo com o sindicalista, o presente contexto pandémico veio evidenciar e intensificar os vários problemas que já existiam no Serviço Nacional de Saúde (SNS), agravando-os «de forma preocupante» e causando «atrasos na prestação de cuidados essenciais».
Os cuidados de saúde «são mais do que a resposta à pandemia de Covid-19 e sentimo-nos injustiçados e exaustos», alertou Alfredo Gomes, para quem existe, de há anos, uma carência generalizada de enfermeiros que nunca foi colmatada, e se o recurso a horas extraordinárias já era uma realidade nos serviços, mesmo antes da pandemia, agora é cada vez maior.
«O governo reconhece o esforço e dedicação dos enfermeiros, mas continua sem resolver problemas que se têm vindo a agravar», afirmou o sindicalista, que alertou para o facto de a contagem dos pontos para o descongelamento das progressões já ter sido publicada na lei do Orçamento de Estado de 2018 mas continuar a haver «milhares de enfermeiros que ainda não viram o seu reposicionamento nas suas carreiras».
Alfredo Gomes afirmou já ter sido solicitada, para o início de Setembro, uma reunião com o Ministério da Saúde «para que o Governo cumpra os compromissos que assumiu com os enfermeiros».
O SEP escolheu Bragança para a realização da primeira das acções de sensibilização que realizará por todo o país.
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