Histórico: da História ou a ela relativo.
Por estes dias realiza-se a primeira visita de Estado portuguesa a Cuba. Uma visita histórica, apesar de não ser a primeira vez que responsáveis políticos portugueses se deslocam à ilha caribenha. Nem as (curiosas) ausências retiram o valor da deslocação.
Para a História ficará, também, a 25.ª aprovação pela Assembleia Geral das Nações Unidas da censura ao bloqueio a Cuba. Já em 2015 tinham sido 191 os países a condenar o bloqueio, mas ontem não houve um único voto contra a resolução. Os Estados Unidos, apesar de não levantarem o bloqueio, abstiveram-se, ficando mais uma vez isolado com os seus aliados israelitas.
Cuba é um dos maiores exemplos de resistência à ingerência externa, sobrevivendo a um dos mais brutais bloqueios, dirigido pelo vizinho ianque. Um exemplo de resistência para que vale a pena olhar quando o nosso país continua debaixo da pressão europeia contra a actual solução política.
A resposta aos problemas, que continuam a ser muitos e muito profundos, não passa pelos nossos parceiros europeus. A ruptura com as regras orçamentais cegas da União Europeia fica mais evidente a cada declaração proferida por comissários ou responsáveis das instituições europeias.
Mas, também ontem, ouvimos um recado da boca de um ministro do mais destacado desses nossos parceiros: «Portugal estava a ser muito bem-sucedido até entrar um novo Governo, depois das eleições».
Submissão: obediência, sujeição.
O ministro das Finanças alemão parece, de há muito, mais preocupado com as opções do Governo português do que com os problemas à sua porta, nomeadamente com o Deutsche Bank. Mas as suas intoleráveis provocações e ingerências sobre as decisões de um Estado soberano, como é Portugal, vêm tornando cada vez mais necessária uma postura de insubmissão da parte das autoridades nacionais.
Que a visita à ilha de Martí e o contacto com o povo que protagonizou a espantosa história de resistência perante o todo-poderoso vizinho do Norte possa servir de inspiração para recusar a chantagem, a ingerência e pôr fim à submissão.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui