A diferença

A verdade é que o PCP é um partido que tem um rumo, um objectivo, e não só sabe para onde quer ir, como também sabe escolher o caminho a seguir em cada momento para lá chegar.

A comunicação social, em particular as televisões, mostraram-nos neste fim-de-semana o congresso do PCP, que, com os seus 95 anos, é o mais antigo dos partidos portugueses. E o espectáculo televisivo em que sempre procuram transformar os congressos partidários repetiu-se nestes dias, com as necessárias nuances face a uma realidade diferente.

Diferenças que os analistas, comentadores e uma parte dos jornalistas, tal como em anteriores congressos comunistas, assinalaram devidamente: o rigoroso cumprimento dos horários; a sala sempre cheia de congressistas que seguiam com atenção o desenrolar dos trabalhos; uma plateia de convidados que manteve ao longo dos três dias dos trabalhos as bancadas completamente preenchidas; a presença de largas dezenas de delegações estrangeiras, algumas das quais intervieram no congresso; a eleição por esmagadora maioria ou unanimidade dos órgãos dirigentes; a aprovação unânime da resolução política em discussão e, por fim, o espectáculo que sempre faz as delícias das televisões, com os delegados a arrumar a sala do congresso, num abrir e fechar de olhos, mal os hinos acabam de ser tocados. Enfim, tudo aquilo a que, em regra, não assistem nos outros congressos.

Diferenças que provam, sem dúvida, a capacidade de organização, de mobilização e a confiança que respira o PCP e que, sobretudo, reflectem as raízes sociais do próprio partido. E se estas diferenças são um marco distintivo, aquelas que importa agora sublinhar são as de um projecto político coerente que, congresso após congresso, o PCP vai consolidando.

A verdade, é que a diferença do PCP assenta no facto de este partido ter um rumo definido, e não só sabe para onde quer ir, como também o caminho a seguir em cada momento para lá chegar. Aliás, não foi por acaso que, por exemplo, os comunistas deram na noite das eleições o pontapé de saída para esta nova situação política ou que, na recente aprovação do Orçamento do Estado, não votaram ao lado da direita relativamente à Caixa Geral de Depósitos.

Na intervenção de encerramento, Jerónimo de Sousa sublinhou exactamente isso quando recordou as suas palavras no final do congresso anterior - «numa situação dura como punhos, quando os trabalhadores, o povo português e o país sofrem o vendaval destrutivo e arrasador da política de direita deste governo, nós afirmamos: nada está perdido para todo o sempre. Quando os trabalhadores e as populações intensificaram e alargaram a luta, o governo abanou. Se essa luta crescer, o governo será derrotado».

E foi!

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