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A NATO em carne viva

Agentes militares de países da NATO surpreendidos em plena actividade de apoio a organizações terroristas e um auditor da NATO que aparece morto quando investigava ligações terroristas têm, pelo menos, dois assuntos em comum: NATO e terrorismo.

Imagem das forças de libertação durante os combates na linha de Ramouseh (Batalha de Alepo, 2016)
Imagem das forças de libertação durante os combates na linha de Ramouseh (Batalha de Alepo, 2016)Créditos / sputniknews

No dia 18 de Dezembro as forças libertadoras da zona Leste de Alepo, na Síria, prenderam pelo menos 14 agentes da NATO encafuados num bunker de onde dirigiam os chamados «rebeldes» sírios, isto é, os bandos da Al-Qaida que também tutelam operacionalmente uma miríade de grupinhos terroristas, entre os quais os insignificantes «moderados». As informações mais púdicas evitam citar a NATO a propósito dos infiltrados estrategos da invasão e ocupação terrorista, limitando-se a associá-los à «coligação internacional» chefiada pelos Estados Unidos, o que vai dar no mesmo.

É provável que os leitores não tenham tomado conhecimento desta notícia, digna de primeira página, em qualquer recanto ou murmúrio sequer da comunicação social portuguesa, onde a NATO continua a ser tratada como organização impoluta e benfeitora, incapaz de cometer qualquer malfeitoria e acima de qualquer crítica. Aliás, as normas oficiais na bem comportada comunicação mainstream exigem que quando se citam fontes sírias se use como aposto ou continuado a informação de que estas qualificam os «rebeldes» como «terroristas». Isto é, assume-se que entidades criminosas como a Al-Qaida ou o Estado Islâmico são mesmo os «rebeldes», a «oposição síria».

«É provável que os leitores não tenham tomado conhecimento desta notícia, digna de primeira página, em qualquer recanto ou murmúrio sequer da comunicação social portuguesa, onde a NATO continua a ser tratada como organização impoluta e benfeitora»

Entre os intrusos detidos no bunker de Alepo estão indivíduos de nacionalidade norte-americana, francesa, britânica, israelita, turca e saudita, pelo menos; a gravidade do acontecimento forçou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, que decorreu em 19 de Dezembro, e à porta fechada.

Por esses dias, na localidade belga de Andenne apareceu morto um auditor geral da NATO, de seu nome Yves Chandelon, que estava encarregado de investigar as pistas de financiamento do terrorismo. A explicação oficial da organização para o acontecimento correu célere e corresponde ao trivial: suicídio. Quem não está de acordo com a versão são os familiares de Chandelon, que não lhe conheciam vocação suicida em 62 anos de vida e, sobretudo, deduzem dos muitos factos intrigantes já apurados que a explicação oficial da NATO está muito mal amanhada. Chandelon tinha três armas registadas em seu nome, mas nenhuma delas foi a que lhe provocou a morte; além disso, a encenação dos acontecimentos foi montada com descuido, porque a arma estava junto da mão direita da vítima, a qual, segundo a família, era canhota; além disso, também estão por apurar as razões pelas quais Chandelon foi morto numa localidade que não frequentava, a dezenas de quilómetros da cidade de Lens, onde residia, e a mais dezenas de quilómetros ainda do Luxemburgo, o seu local de trabalho; acresce que a vítima, segundo amigos com quem contactava frequentemente, tinha recebido telefonemas ameaçadores relacionados com as suas investigações.

Agentes militares de países da NATO surpreendidos em plena actividade de apoio a organizações terroristas responsáveis por banhos de sangue de milhares de civis inocentes, entre eles dezenas de europeus e um auditor da NATO que aparece morto quando investigava ligações terroristas têm, pelo menos, dois assuntos em comum: NATO e terrorismo. Há poucas horas, o ditador turco Erdogan, enfurecido com a sucessão de ocasiões nas quais, em seu entender, os Estados Unidos tentaram eliminá-lo fisicamente, anunciou que tem abundantes provas fotográficas e videográficas do apoio norte-americano e de aliados aos terroristas da Al-Qaida e do Estado Islâmico. Em português corrente, eis mais um caso de verdades que se vão sabendo através das zangas de comadres, neste caso potências com elevado peso estratégico na Aliança Atlântica.

«Sucedem-se os episódios que revelam as mãos sujas da NATO no patrocínio de actividades terroristas, e não apenas na tão celebrada «libertação» da Líbia.»

Não esqueçamos, por exemplo, que os militares invasores detidos em Alepo-Leste tinham ligação operacional ao LandCom da NATO, instalado em Esmirna, na Turquia.

A estes episódios poderíamos juntar outros muito provavelmente correlacionados, como o assassínio do embaixador russo em Ancara – saudado efusivamente pelos mais fanáticos meios de comunicação do lobby sionista norte-americano – mas a dose de «teorias da conspiração» poderia ser indigesta para as almas mais sensíveis perante as evidências.

Fica a realidade nua e crua. Sucedem-se os episódios que revelam as mãos sujas da NATO no patrocínio de actividades terroristas, e não apenas na tão celebrada «libertação» da Líbia. É a missão NATO em carne viva.

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