Apesar de ser a força política mais votada e de obter 33 dos 150 deputados na Segunda Câmara do Parlamento holandês, o Partido Popular para a Liberdade e a Democracia (VVD, direita), do primeiro-ministro, Mark Rutte, perde oito deputados, segundo revela o portal nos.nl.
O recuo e a penalização dos partidos que, até agora, integravam a coligação governamental é ainda mais sensível no caso do Partido Trabalhista: o PvdA, de Jeroen Dijsselbloem, até agora ministro das Finanças e presidente do Eurogrupo, perde 29 deputados, ficando apenas com nove.
Para além da penalização destes partidos declaradamente pró-União Europeia, com responsabilidades na aplicação de políticas de retrocesso e aumento das desigualdades sociais, outro elemento que sobressai nos resultados das eleições que ontem se realizaram é o facto de a votação no Partido para a Liberdade (PVV), do populista de extrema-direita Geert Wilders, não alcançar a expressão elevada que durante muito tempo lhe foi vaticinada. Em todo o caso, obtém 20 deputados (mais cinco que na anterior composição parlamentar).
Seguem-se, com menos um deputado, os democratas-cristãos do CDA e os centristas D66. O Partido Socialista e a Esquerda Verde obtêm cada qual 14 deputados, sendo de registar a grande subida deste último – dez deputados.
Com menos de 5% dos votos, há mais seis partidos que conseguem representação no Parlamento. Para formar governo, o próximo primeiro-ministro precisa de uma maioria de 76 deputados, o que implica, no mínimo, o apoio de quatro partidos.
Tanto Mark Rutte como líderes de outras forças políticas deixaram claro que não contariam com o partido de Wilders, em virtude do seu posicionamento xenófobo e de extrema-direita – ao mesmo que alimentavam um discurso populista e endureciam a sua atitude para com os imigrantes, numa tentativa de captar a faixa de eleitorado sensível aos argumentos da extrema-direita.
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