«Gaveta é uma viagem poética pela materialidade das memórias pessoais, lançadas ao lixo, vendidas em feiras, ou escondidas nalguma gaveta de uma família», refere o Teatro do Vestido na nota de apresentação do espectáculo concebido por Joana Craveiro, com música original de Francisco Madureira.
O trabalho será apresentado na Quinta Alegre, em Lisboa, nos dias 10, 11 e 12 de Março, e a entrada é livre, limitada à lotação da sala.
Partindo de um conjunto de fotografias de uma família anónima, compradas numa feira de velharias, e em simultâneo do seu espólio pessoal de imagens de família, Joana Craveiro reflecte sobre os usos e a materialidade destes objectos, num mundo cada vez mais imaterial.
«Como Christian Boltanski disse, "Hoje em dia morremos duas vezes: a primeira quando morremos de facto; a segunda, quando já ninguém sabe quem somos numa fotografia."», lê-se na nota.
«O que é que uma colecção cuidadosamente legendada diz sobre a vida desta família anónima de uma possível classe média baixa, no Portugal do final dos anos 50, até aos anos 70? Que transformações na paisagem, na política, nas relações de género, e nas dinâmicas familiares podem ser intuídas naquele conjunto de imagens? E, porque acabaria uma colecção destas numa feira, vendida a uma desconhecida?», algumas das questões colocadas pela directora artística do Teatro do Vestido.
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