Com greve convocada para o dia 9 de Dezembro

Trabalhadores dos serviços de alimentação dos hospitais lutam por condições dignas

Os trabalhadores dos serviços de alimentação dos hospitais de Stª Cruz, Egas Moniz e Francisco Xavier concentraram-se hoje junto à porta principal do Hospital Egas Moniz. Exigem aumentos salariais e lutam contra a precariedade e os elevados ritmos de trabalho.

Trabalhadores afirmam que o serviço está em causa devido à falta de condições
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Os trabalhadores exigem mais e melhores condições de trabalho. Esta é uma luta por aumentos salariais, tendo em conta que estes trabalhadores há seis anos não têm aumentos e auferem salários baixos. Maria das Dores, dirigente do Sindicato da Hotelaria e Turismo do Sul, informa à imprensa que o sindicato quer negociar o contrato colectivo de trabalho e que marcou greve nacional para dia 9 de Dezembro para obrigar as empresas a negociar.

A dirigente sindical sublinha que os trabalhadores não compreendem por que o Estado concessionou os refeitórios dos hospitais, fez um concurso público que foi ganho pela empresa SUCH, empresa que, em Agosto, realizou uma subconcessão a outra empresa, a Eurest. Interpretam como sendo duas entidades a explorar os serviços de alimentação.

«A trabalhadora conta que, com a falta de pessoal, ela tem que ser empregada de refeitório, preparar o peixe, a carne e os legumes e fazer o empratamento, com a mesma farda com que também limpa as casas de banho»

Os trabalhadores deparam-se com vários outros problemas: material que avaria e não é arranjado, ritmos de trabalho muito intensos, falta de pessoal e sobrecarga de trabalho. Consideram que deve haver um controlo efectivo das condições de trabalho, higiene e segurança.

Maria Corte Real, trabalhadora na cozinha do Hospital Egas Moniz, em declarações à SIC, relata algumas situações que põem em causa as condições de higiene e promovem a sobrecarga de trabalho: apenas existe uma máquina de lavar para toda a loiça; apenas têm uma farda para todas as funções. A trabalhadora conta que, com a falta de pessoal, ela tem que ser «empregada de refeitório, preparar o peixe, a carne e os legumes e fazer o empratamento», com a mesma farda com que também limpa as casas de banho. A trabalhadora aborda também a falta de material, dando o exemplo de que muitas vezes são os trabalhadores que têm que comprar facas e outros utensílios.

Maria das Dores informou que a Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (FESHAT) fez um pedido de reunião ao Ministério da Saúde, mas que até agora aguarda resposta.

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