Perante afirmações que procuram pôr em causa as greves

SITAVA reafirma as razões das greves nos aeroportos

O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) lamenta os transtornos criados pelas greves marcadas, mas lembra as razões dos trabalhadores, que lutam pela defesa dos postos de trabalho e das empresas.

Os trabalhadores da Groudforce e Portway têm greve marcada de 28 a 30 de Dezembro. Os trabalhadores dos aeroportos das empresas de segurança Prosegur e Securitas vão fazer greve de 27 a 29 de Dezembro.

O SITAVA lamenta os «transtornos que serão causados aos passageiros» com as greves convocadas, mas apelam à compreensão «dos transtornos que a actual situação provoca todos os dias aos trabalhadores», lembrando que estes lutam pela defesa dos postos de trabalho e das empresas.

O comunicado do sindicato vem no seguimento de apelos públicos dirigidos ao SITAVA e aos trabalhadores, como é o caso da Confederação do Turismo Português (CTP).

O SITAVA lamenta os «transtornos que serão causados aos passageiros» com as greves convocadas, mas apelam à compreensão «dos transtornos que a actual situação provoca todos os dias aos trabalhadores»

«Temos que ter muito cuidado quando estas greves extravasam completamente aquilo que está em causa e vêm prejudicar muito uma actividade que hoje em dia – não é demais recordá-lo e penso que todos concordam – tem sido um dos sectores que mais têm contribuído para o desenvolvimento do país», declarava à imprensa o presidente da CTP, Francisco Calheiros na semana passada.

A estrutura sindical lembra que «se nada for feito para travar o processo liberalizador, estará em causa o serviço prestado aos 40 milhões de passageiros e a sua segurança». O SITAVA recorda que o maior prejuízo para os trabalhadores é o risco de ficarem sem o seu posto de trabalho, no caso da Groundforce, de manterem «uma situação de precariedade e exploração eterna», no caso da Prosegur e Securitas, de «serem vítimas diariamente de assédio moral e de alterações unilaterais e ilegais nas regras de trabalho», no caso da Portway, ou de permanecerem «eternamente mergulhados na precariedade e nos baixos salários», no caso das prestadoras de serviços, da Groundlink e da Ryanair.

A estrutura sindical lembra o crescimento do Turismo nos últimos anos em Portugal com sucessivos recordes a serem batidos, assinalando um crescimento sustentável e com perspectivas de reforço. Lembra ainda que esse crescimento em nada se reflectiu na vida dos trabalhadores.

Afirmando adoptar em todos os processos em que participa «uma postura propositiva» de resolução dos problemas, e «procurando o diálogo em todas as circunstâncias», o SITAVA lembra aquilo que os trabalhadores não podem aceitar.

As razões dos trabalhadores

O sindicato afirma que os trabalhadores não aceitam que a SPdH/Groundforce esteja «num risco iminente de desaparecer no curto prazo, destruindo 3000 postos de trabalho», ou que a Prosegur e a Securitas perpetuem «uma situação de precariedade eterna aos trabalhadores responsáveis pela segurança dos passageiros, em muitos casos em condições terceiro-mundistas ».

A estrutura sindical aponta ainda o facto da Portway impor regras laborais ilegais e «assediar moralmente os seus trabalhadores diariamente», e da ANAC e o Governo serem «cúmplices com a desregulamentação, a precariedade e as sucessivas ilegalidades».

O SITAVA afirma ainda que o ónus «de evitar greves» está no lado das multinacionais (Vinci, Prosegur e Securitas) no caso dos assistentes de portos e aeroportos, está nas mãos de Humberto Pedrosa (no caso da SPdH/Groundforce) e da Vinci (no caso da Portway). Considera que está também nas mãos do Governo, «que pode fazer bem mais».

O sindicato deu conhecimento deste comunicado ao Governo, aos Governos Regionais e aos Grupos Parlamentares na Assembleia da República.

Confederação do Turismo continua a denegrir as greves

O presidente da CTP, Francisco Calheiros, em novas declarações à imprensa, considerou hoje que as greves nos aeroportos «são a pior maneira de acabar e começar o ano».

Calheiros previu ainda consequências no futuro devido à «imagem que não convém a ninguém» e que pode fazer anular a marcação de férias para Portugal.

A greve dos trabalhadores de assistência nos aeroportos e de segurança foi um dos assuntos debatidos na quarta-feira numa reunião com o Presidente da República.

«Os empresários fizeram tudo bem e agora temos tudo preparado e os turistas podem não vir porque não têm “slots” de aeroporto para desembarcar», afirmou à imprensa no seguimento da reunião.

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui