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Na Autoeuropa continua a adesão massiva à greve

No turno da tarde a Autoeuropa continua totalmente paralisada. A administração, em resposta à adesão massiva dos trabalhadores em luta contra a desregulação do horário de trabalho, comunicou a disponibilidade ao sindicato para uma reunião negocial.

Trabalhadores da Autoeuropa concentrados à entrada da fábrica de automóveis durante a greve contra o trabalho obrigatório ao sábado, em Palmela, 30 de Agosto de 2017.
Trabalhadores da Autoeuropa concentrados à entrada da fábrica de automóveis durante a greve contra o trabalho obrigatório ao sábado, em Palmela, 30 de Agosto de 2017.CréditosRui Minderico / Agência Lusa

Os trabalhadores continuam esta tarde a ocupar em massa a entrada da fábrica da Volkswagen em Palmela. Nuno Santos, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Ambiente do Sul (SITE Sul/ CGTP-IN), informou, acerca do turno das 15h30, «que a paralisação é total» e que ninguém está a trabalhar, palavras que foram novamente recebidas com entusiasmo pelos trabalhadores e que dão continuidade à adesão da manhã.

Uma outra novidade é que a administração comunicou com o sindicato, propondo uma reunião com a comissão sindical e o SITE Sul para o dia 7 de Setembro. José Carlos Silva, do sindicato, sublinha que «espera que a administração esteja disposta a retirar esta proposta de alteração do horário».

Uma greve decidida por milhares de trabalhadores

O dia foi ainda marcado pelas declarações de António Chora, ex-coordenador da Comissão de Trabalhadores (CT) da Autoeuropa e dirigente do BE. Numa entrevista ao Jornal de Negócios, publicada ontem à noite na página do jornal, Chora afirmava: «É capaz de haver uma adesão significativa porque as pessoas estão demasiado instrumentalizadas e demasiado confiantes nas palavras de pessoas que nunca viram na vida delas», atacando o SITE Sul e acrescentando estar «espantado com a greve». Afirmou ainda à TSF que, «se não me tivesse reformado, esta greve estava desconvocada».

Chora, que cessou funções na CT em Janeiro de 2017, considera «um assalto ao castelo», como já tinha classificado o coordenador da CT demissionário, Fernando Sequeira, e afirma ainda que vê nesta greve uma «tentativa do PCP pressionar o Governo para algumas cedências noutros lados». Sobre o SITE Sul, diz também que «montou-se em cima de quatro ou cinco populistas».

António Chora saiu da empresa para a reforma «depois de ter visto chumbados pelos trabalhadores dois acordos negociados pela CT».

José Carlos Silva, SITE Sul

Questionado sobre estas afirmações, José Carlos Silva caracteriza-as como «um completo disparate», sublinhando que «não é uma intervenção do sindicato a querer sobrepor-se a alguém» e que «não é essa a prática» dos sindicatos da CGTP-IN. Acrescenta que o sindicato está «a cumprir as orientações transmitidas pelos trabalhadores nos plenários realizados» e lembra ainda que António Chora saiu da empresa para a reforma «depois de ter visto chumbados pelos trabalhadores dois acordos negociados pela CT».

A rejeição da alteração do horário e a realização da greve foram aprovados por cerca de 3000 trabalhadores nos plenários realizados a 28 de Julho. Os trabalhadores também já tinham demonstrado a rejeição pela proposta em dois plenários realizados durante o Verão, num abaixo-assinado que contou com milhares de assinaturas e no referendo realizado no dia 18 de Julho. Neste referendo, 75% dos trabalhadores rejeitaram o acordo feito com a CT, que mantinha a obrigatoriedade de trabalho aos sábados, com contrapartidas que, na perspectiva de quem trabalha, não compensariam a desregulação dos horários.

A rejeição da alteração do horário e a realização da greve foram aprovados por cerca de 3000 trabalhadores nos plenários realizados a 28 de Julho.

O PCP esclarece, numa nota publicada, que «os trabalhadores da Autoeuropa sempre defenderam os seus interesses», e que «mais uma vez essa intervenção se verifica perante uma proposta de alteração dos horários de trabalho», tendo em conta que «afecta a possibilidade de os trabalhadores continuarem a ter direito ao fim de semana, dificultando a organização da sua vida pessoal e familiar», para além de que «não garante o sábado como dia de descanso». Considera por isso que «é natural que os trabalhadores tomem posição sobre esta questão e defendam os seus direitos», cabendo às suas organizações representativas «definir as suas posições e formas de luta, como se verifica com os plenários realizados e com a greve de hoje».

A coordenadora do BE, Catarina Martins, admitiu ver com «enorme apreensão» o conflito laboral na Autoeuropa e disse esperar que a empresa continue a respeitar os direitos dos trabalhadores, sublinhando que «a Autoeuropa tem sido um exemplo desse diálogo e tem sido um exemplo do respeito pelos seus trabalhadores, que é bom que se mantenha».

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