Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM/CGTP-IN), as propostas da Beralt Tin and Wolfram Portugal, empresa que detém a exploração das minas, propriedade do grupo canadiano Almonty, «continuam a não responder às exigências dos trabalhadores».
Depois de uma primeira ronda negocial, em cima da mesa está a exigência de um aumento salarial de 13%, o que corresponde a um mínimo de 110 euros, face aos 6% propostos pela empresa.
Além do vencimento, os mineiros reclamam medidas como a actualização do subsídio de turno, do subsídio de alimentação e a redução do horário de trabalho para 35 horas semanais. Mário Matos, representante sindical, sublinhou, em declarações à agência Lusa, que em causa estão também «questões de segurança no fundo da mina, como os abrigos», e a criação de condições para quem está dentro da mina poder «fazer uma refeição com dignidade», além da exigência de um subsídio de risco para quem anda nas galerias, o que só acontece com alguns trabalhadores.
«Estas reivindicações não são nada a que a empresa não possa responder positivamente, ou que ponham em causa a sustentabilidade financeira da empresa», sustentou Mário Matos.
Segundo o representante sindical, numa primeira fase os trabalhadores propuseram um aumento de 15% e o aumento dos subsídios de turno, enquanto a Beralt fez uma contraproposta inicial de 5% mais um aumento de 10 e cinco euros nos subsídios de turno, para mais tarde oferecer um aumento salarial de 6%, mas retirando da proposta a actualização do subsídio.
Mário Matos acentuou que essa proposta é menos vantajosa para os trabalhadores, que assim recebem «menos dinheiro». O representante sindical adiantou que cerca de 214 trabalhadores laboram dentro da mina e observou que a Almonty, que detém explorações mineiras também na Coreia do Sul e no Canadá, tem feito investimentos e planeia continuar a investir, além de estar previsto o «aumento da produção anual» das Minas da Panasqueira.
No âmbito de uma luta semelhante, em 2021, o sindicato denunciava que, nos sete anos anteriores, os salários dos trabalhadores haviam perdido cerca de 100 euros face à evolução do salário mínimo nacional.
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