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|falta de trabalhadores

Milhões de lucros não chegam aos operadores de portagens da Brisa

Após anos a afastar os trabalhadores das portagens (são hoje menos de metade dos existentes em 2010), a Brisa precisa agora de recrutar mais 100 para fazer face às jornadas, para garantir «eficácia e prontidão».

Portagem concessionada à Brisa 
Portagem concessionada à Brisa Créditos

Em início de carreira, um operador de portagens recebe 811 euros. No máximo, este trabalhador pode almejar um salário máximo de 1120 euros, no topo da carreira. Um quadro superior na Brisa, no entanto, tem uma vida mais confortável: o salário de entrada é mais do dobro de um operador (1886 euros) e, no topo da carreira, ganha quatro vezes mais do que o que um operador de portagens alguma vez receberá (4674 euros).

Para além da dualidade de critérios no que toca às remunerações na empresa, que em 2022 acumulou 240,8 milhões de euros de lucros, a Brisa acaba agora por reconhecer que a estratégia de despedimentos de operadores de portagens, em vigor desde 2010, foi exclusivamente uma estratégia de redução de custos (e não para facilitar a vida dos condutores).

A empresa, com gestão de António Pires de Lima, antigo ministro do CDS-PP, anunciou recentemente a intenção de contratar mais de 100 operadores de postos de portagem, para trabalhar no período correspondente às jornadas mundiais da juventude. Afinal, conclui o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN), a empresa sempre reconhece que «nem a Via Verde, nem as máquinas e-toll são capazes de responder com a mesma eficácia e prontidão a um aumento significativo do tráfego».

Muitos trabalhadores foram forçados a rescindir, desde 2010, por mútuo acordo com a empresa – «pela impossibilidade de compatibilizar a vida profissional com a vida pessoal e familiar, e pelos gastos financeiros que as centenas de quilómetros percorridos por dia representavam». Desde essa altura, mais de metade destes trabalhadores saiu da empresa, restando, nos quadros da empresa, 332 funcionários.

Um dos truques utilizados pela Brisa foi obrigar à deslocação dos funcionários para longe das suas residências, a grandes distâncias das barreiras originais (que entretanto passaram a ser exclusivamente electrónicas). Sem ajudas de custo, poucos trabalhadores conseguiram fazer face às despesas.

A luta na empresa continua, afirma o CESP, «por uma melhor distribuição dos rendimentos, de forma a recuperar o poder de compra perdido; pela defesa da conciliação da vida profissional e pessoal; a melhoria das condições de trabalho e o preenchimento dos postos de trabalho ao abandono». Não pode existir este fosso salarial colossal entre quadros superiores e operadores de portagem, defende o sindicato: afinal, como se vê, «os operadores de portagem fazem muita falta».

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