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Manifestação da Fiequimetal reuniu centenas de operários em Lisboa

Cerca de meio milhar de trabalhadores e dirigentes sindicais engrossaram esta sexta-feira a manifestação nacional da Fiequimetal, em Lisboa, exigindo melhores salários e condições de trabalho na indústria.

Fim da precariedade, contratação colectiva e melhores salários foram algumas da reivindicações ouvidas
Créditos / AbrilAbril

As acções de protesto ao longo da tarde foram o culminar da quinzena de luta que juntou milhares de trabalhadores em acções nas fábricas, promovida pela Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (Fiequimetal/CGTP-IN).

Depois do almoço, os protestos arrancaram na Avenida da República, com uma concentração junto à sede da Randstad, onde os trabalhadores da gigante do trabalho temporário, a quem está subcontratada a operação dos call centers da EDP, cumprem uma greve de 24 horas contra os vínculos precários e os baixos salários.

Durante o percurso por vários pontos da capital, a manifestação passou pela sede da Imprensa Nacional Casa da Moeda, onde os trabalhadores desta empresa do sector empresarial do Estado estavam reunidos em plenário com vista a reclamar o aumento dos salários. O desfile seguiu depois em direcção à sede da Associação Portuguesa das Empresas do Sector Eléctrico e Electrónico (ANIMEE).

Na sede desta associação patronal, os representantes dos trabalhadores entregaram uma carta reivindicativa, na qual são referidas várias acções de luta (Bosch Car Multimedia, Efacec, Delphi, Visteon e Hanon), por melhores condições de trabalho, contra a laboração contínua, os baixos salários e discriminações salariais.

Outras reivindicações gerais dos trabalhadores passam por um aumento mínimo de 50 euros, por ritmos e horários de trabalho humanizados. o fim da precariedade, dos ataques contra a contratação colectiva e a melhoria das condições de trabalho.

A manifestação terminou ao final da tarde, na Praça de Londres, junto do Ministério do Trabalho, onde os trabalhadores permaneceram concentrados em protesto, tendo sido aprovada uma resolução a retratar a situação laboral e social nas indústrias.

«Nos últimos anos, os sectores da indústria atingiram lucros líquidos nunca antes verificados e níveis de acumulação de capital bastante consideráveis, mas o crescimento dos salários não tem acompanhado esta tendência, da mesma forma que se mantem a estratégia de bloqueio à negociação colectiva», lê-se no documento.

Por outro lado, a resolução aprovada realça que «o País e estes importantes sectores da indústria necessitam de legislação laboral que salvaguarde os direitos dos trabalhadores». Nesse sentido, contempla um conjunto de exigências ao Governo.

Nomeadamente, os trabalhadores das indústrias exigem uma política de estímulo ao sector, com vista ao crescimento económico e dos salários, a intervenção do Ministério do Trabalho na promoção e defesa da contratação colectiva, maior fiscalização sobre as condições de trabalho e os vínculos precários e a implementação de uma estratégia nacional de prevenção dos acidentes de trabalho.

Nas últimas semanas, milhares de trabalhadores do sector levaram a cabo diversas acções de esclarecimento e de protesto, incluindo várias greves, como nas refinarias da Petrogal, em Sines e Matosinhos, na Auto-Sueco, Cinca, Hanon e Schmitt+Sohn.

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