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CGTP-IN destaca elevada adesão nos hospitais, escolas e recolha de lixo

O secretário-geral da CGTP-IN salientou esta manhã que a greve na Administração Pública está a registar uma adesão «muito elevada» e reiterou que o Governo tem de parar com as desculpas para não actualizar os salários.

Papel fixado na Escola António Arroio, em Lisboa, a divulgar o encerramento, 15 de Fevereiro de 2018
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«As indicações que temos é que estamos perante uma muito elevada adesão quer nos hospitais, na recolha de resíduos sólidos, na educação, quer noutros sectores que hoje de manhã vão ter percalços significativos», afirmou Arménio Carlos à Lusa junto à Escola Básica Manuel da Maia, em Lisboa.

Segundo o secretário-geral da CGTP-IN, na origem da greve está a «não acctualização dos salários de cerca de 600 mil trabalhadores», congelados desde 2009, bem como as «carreiras bloqueadas na maior parte dos casos, as progressões longe do desejável e a falta de resposta para a aquisição de mais trabalhadores».

Para Arménio Carlos, a «greve demonstra o grande descontentamento e indignação pelo facto de as carreiras continuarem congeladas e sem resposta e por outro lado continuarmos a assistir a situações de precariedade, como as que ocorrem aqui na [escola] Manuel da Maia, onde contratam trabalhadores por três horas e meia para desenvolver uma actividade que é permanente».

Em todo o País, o panorama consequente da greve da Administração Pública é de serviços públicos com fortes constrangimentos, uma grande parte encerrados. Na Saúde é idêntico, estando apenas os serviços mínimos a serem assegurados.

A paralisação nacional de hoje foi convocada pela Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública (CGTP-IN), a que se juntaram mais tarde os sindicatos da UGT. Em causa está a decisão unilateral do Governo de promulgar o diploma que fixa o salário mínimo no Estado em 635 euros, à revelia das posições sindicais.

Trabalhadores estão fartos das «desculpas» do Governo​​​​​​​

Questionado sobre a posição do Governo de que os aumentos salariais para todos não são sustentáveis neste momento, Arménio Carlos afirmou que essa desculpa já está gasta e que os trabalhadores estão fartos dos contantes adiamentos.

«Não podemos continuar a aceitar. Primeiro disseram que a desculpa era da recessão para não aumentar os salários, depois era a estagnação e agora, num quadro onde a economia estava a crescer, já estão a dizer que vai desacelerar para justificar a não actualização dos salários. Não pode ser. Esta é a política do passado. Esta é a política com que temos de romper relativamente ao futuro», reiterou.

Na opinião do secretário-geral da CGTP-IN, o problema é a «obsessão do Governo pelo défice», que está a impedir um avanço na resolução da vida dos trabalhadores, tendo lembrado que a situação é idêntica para os professores, enfermeiros, técnicos de diagnóstico, funcionários judiciais ou forças de segurança.

Caso não haja uma «outra postura em relação aos trabalhadores da função pública», Arménio Carlos frisou que, «naturalmente, a luta vai-se agudizar, porque não é admissível que o mesmo Governo tão lesto a disponibilizar mais de mil milhões de euros para o Novo Banco seja o mesmo que anda a arrastar o processo dois e três anos no que respeita aos problemas», dando como exemplo o dos professores.

Com agência Lusa​​​​​​​

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