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O vazio na CGD é um vazio de soberania

Mais grave que o vazio na presidência da Caixa Geral de Depósitos é a razão da sua existência não depender de um processo de decisão do Estado português mas sim do Banco Central Europeu.

Os créditos concedidos a actividades especulativas durante anos são, agora, um dos maiores entraves ao desenvolvimento do banco público
Os créditos concedidos a actividades especulativas durante anos são, agora, um dos maiores entraves ao desenvolvimento do banco públicoCréditosMário Cruz / Agência Lusa

Em período de poucas notícias, o vazio na presidência da Caixa Geral de Depósitos (CGD) após a saída de António Domingues e antes da esperada tomada de posse de Paulo Macedo voltou a colocar a CGD no topo informativo, com os media e respectivos comentadores e analistas a abordarem a situação sob diversos ângulos, excepto um: o da soberania nacional.

De facto, todo este processo em torno da nomeação das novas administrações da CGD e dos seus presidentes, o cessante e o indigitado, não foi nem é um bom exemplo de gestão política governativa e tem servido às mil maravilhas para alimentar a campanha em torno do banco público e dos que o pretendem privatizar, no todo ou em parte.

Mas, se a situação de vazio na presidência da CGD não devia acontecer, sobretudo na situação delicada que vive com o processo de recapitalização e mesmo do ponto de vista político, a verdade é que a razão da sua existência prende-se com a perda de soberania nacional. Isto é, mais grave que o próprio vazio é a razão da sua existência não depender de um processo de decisão do Estado português mas sim de Frankfurt, do Banco Central Europeu (BCE).

Como é sabido, a supervisão dos maiores bancos portugueses passou para o BCE em Janeiro do ano passado, no âmbito da aplicação da União Bancária e que implicou alterações de regras, com a consequente cedência de mais esta parcela de soberania às instituições europeias e que obrigam o Governo de António Costa a negociar com o BCE no sentido de obter luz verde para a nova administração da CGD, coisa que a instituição dirigida por Mario Draghi ainda não fez.

Entretanto, pode ser que os comentadores e analistas de serviço encontrem também tempo e espaço para abordarem a renovação, por mais seis meses, do escandaloso contrato de consultoria celebrado entre o Banco de Portugal e o ex-governante Sérgio Monteiro, para liderar o processo de venda do Novo Banco.

No total, o ex-Secretário de Estado dos Transportes do governo PSD/CDS que liderou a privatização de empresas estratégicas e rentáveis como a ANA - Aeroportos de Portugal ou os CTT - Correios de Portugal, vai receber mais de 450 mil euros por um contrato de ano e meio de trabalho celebrado ainda no tempo do governo de Passos Coelho e Assunção Cristas!

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