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Funcionários municipais de Florianópolis há um mês em luta

Faz amanhã um mês que os trabalhadores do Município de Florianópolis, em Santa Catarina, estão em greve contra as medidas gravosas aprovadas pelo autarca recém-eleito, do PMDB. Apesar das pressões e ameaças, a adesão e o apoio são cada vez maiores.

Tem-se intensificado a mobilização dos funcionários municipais e da população de Florianópolis contra a agenda «malvada» do prefeito (PMDB)
Créditos / sintrasem.org.br

Foi a 16 de Janeiro que os funcionários municipais da capital do estado brasileiro de Santa Catarina entraram em greve contra o «Pacotão das Maldades» implementado pelo novo prefeito, Gean Loureiro. As medidas, gravosas para os trabalhadores, foram avançadas com o argumento de que era necessário fazer frente à «crise nos cofres públicos».

Durante a campanha eleitoral, outra viola tocou. Sobre a necessidade de encontrar um equilíbrio nas contas públicas e a possibilidade de efectuar cortes nos salários dos funcionários, Gean Loureiro deixou claro que iria procurar alternativas.

Eleito prefeito, Loureiro enviou à Câmara de Vereadores um pacote que designou como «Floripa Responsável», e mudou de cantiga: «Vamos fazer um corte muito duro, em todas as despesas, incluindo os benefícios que não se enquadram mais na realidade financeira do município», disse, citado pelo Brasil de Fato.

Salários, carreiras e direitos pelos quais os trabalhadores municipais lutaram ao longo de mais de duas décadas, e que viram consagrados num plano aprovado em 2014, foram um dos alvos eleitos pelo «pacotão».

Revogar a lei, defender o serviço público

Numa nota emitida esta terça-feira, o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sintrasem) explica que, «em pouco mais de um mês no cargo da prefeitura, Gean Loureiro (PMDB) descumpriu com tudo o que havia dito que faria». E acrescenta: «Redigiu e fez passar de forma arbitrária na Câmara de Vereadores quase 40 projectos de lei com ataques à população da capital catarinense.»

Em defesa dos serviços públicos e tendo como lema «Nenhum direito a menos», o sindicato tem estado a mobilizar a resposta dos trabalhadores, cuja paralisação se nota cada vez mais. A este propósito, o Brasil de Fato refere que só estão a funcionar serviços essenciais, como postos de saúde e creches (com um número reduzido de funcionários).

Pese embora as tentativas de repressão da parte do Executivo, «com mentiras, multas e até ameaça de prisão», o sindicato sublinha que a greve dos funcionários municipais «está firme e forte», e que os trabalhadores estão a dialogar «com toda a população, mobilizando toda a cidade contra os ataques do prefeito».

Contra a agenda privatizadora, a instituição de parcerias público-privadas, a externalização de serviços e o ataque aos direitos dos funcionários públicos, as mais recentes manifestações em Florianópolis mostram a consistência do movimento grevista, com um cada vez maior apoio popular.

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