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PEV defende classificação da Quinta dos Ingleses como Paisagem Protegida

Centenas de pessoas participaram este domingo num cordão humano para exigir a preservação da Quinta dos Ingleses, na frente-mar de Carcavelos, onde está prevista a construção de uma mega-urbanização. 

Créditos / PEV

No início de Março, o vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais anunciava que as obras na Quinta dos Ingleses iam começar. A polémica construção do mega-empreendimento imobiliário, com 906 fogos, um hotel, espaços comerciais e de serviços, tem suscitado vários protestos por parte da população. Este domingo, o Movimento em Defesa da Quinta dos Ingleses/Salvar Carcavelos juntou centenas de pessoas num cordão humano, para exigir que se cumpra com a salvaguarda e a valorização ambiental e patrimonial da Quinta dos Ingleses.

Presentes na iniciativa, dirigentes e activistas d'Os Verdes e da Ecolojovem alertam para os recursos e valores naturais a preservar, já que, constatam num comunicado, «esta área se integra entre as bacias hidrográficas de duas ribeiras que desembocam na praia de Carcavelos, apresentando uma considerável diversidade biológica, incluindo flora com relevância para efeito de conservação de espécies arbóreas sujeitas a regime especial de protecção», como a azinheira, o pinheiro-manso, o cipreste e o zambujeiro. 

Os Verdes defendem a classificação da Quinta dos Ingleses como «Paisagem protegida de âmbito local», a sua preservação e a resolução de passivos ambientais, em conformidade com a Resolução da Assembleia da República 208/2021, de 19 de Julho. Tal classificação, acrescentam, « é incompatível com os projectos de loteamento numa área de 51 hectares em frente à praia, onde estão previstos prédios de sete andares e que colocam em causa a preservação da última área verde junto ao mar em Cascais, uma ameaça que há muito tem sido alvo da contestação da população e do acompanhamento do PEV».

Localizada na União de Freguesias de Carcavelos e Parede, a Quinta dos Ingleses, nome pela qual é conhecida a Quinta Nova de Santo António, constitui a única mancha arborizada da orla ribeirinha Sul do concelho de Cascais, e um dos últimos espaços naturais existentes na freguesia, apresentando-se como uma reserva de biodiversidade para mitigação das alterações climáticas.

Desde os anos 60 do século passado que o empreendimento na Quinta dos Ingleses surge como ameaça. Em 2014, a Assembleia Municipal de Cascais aprovou um plano de pormenor que permitia a construção do projecto. Em 2021, o presidente do município, Carlos Carreiras (PSD), alegou no Parlamento que não tinha capacidade para travar o projecto, afirmando que tal obrigaria ao pagamento de uma «indemnização incomportável».

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