«Todos aqueles que financiaram, planejaram e executaram a tentativa de golpe devem ser exemplarmente punidos. Não há perdão para quem atenta contra a democracia, contra seu país e contra o seu próprio povo», afirmou o presidente brasileiro, esta segunda-feira, no Congresso Nacional, durante uma cerimónia designada como «Democracia Inabalada».
Para o fundador do Partido dos Trabalhadores, «o perdão soaria como impunidade. E a impunidade, como salvo-conduto para novos atos terroristas».
Ao discursar, Lula da Silva sublinhou a importância da resistência democrática face aos ataques e salientou a coragem de deputados, governadores, ministros do Supremo Tribunal, militares legalistas e, sobretudo, do povo brasileiro, que permitiu que ontem fosse possível celebrar «a vitória da democracia sobre o autoritarismo».
«Se a tentativa de golpe fosse bem-sucedida, a vontade soberana do povo brasileiro teria sido roubada. E a democracia, destruída. A esta altura, o Brasil estaria mergulhado no caos económico e social. O combate à fome e às desigualdades teria voltado à estaca zero», afirmou o presidente brasileiro num evento que contou com a presença de representantes de diversos sectores, incluindo governadores, prefeitos e membros da sociedade civil.
«Não há democracia sem liberdade. Mas que ninguém confunda liberdade com permissão para atentar contra a democracia. Liberdade não é uma autorização para espalhar mentiras sobre as vacinas nas redes sociais, o que pode ter levado centenas de milhares de brasileiros à morte por Covid», disse ainda o ex-sindicalista.
O evento desta segunda-feira, na capital federal, reuniu mais de 500 pessoas para assinalar o primeiro aniversário dos ataques golpistas às sedes dos Três Poderes, em Brasília, em 2023.
Segundo refere o Portal Vermelho, a Lula da Silva juntaram-se, na cerimónia, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, bem como ministros, juízes, governadores, deputados e representantes dos três ramos das Forças Armadas.
Há um ano, a 8 de Janeiro de 2023, apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram a sede do Supremo Tribunal Federal e dos edifícios do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto, sede do poder executivo, em Brasília, danificando infra-estruturas e património, enquanto afirmavam não reconhecer a eleição de Lula como presidente da República e pediam uma intervenção militar no país.
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