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Na Autoeuropa os trabalhadores não «saltam etapas»

Depois de rejeitarem em referendo os aumentos salariais propostos pelo patronato que estavam aquém do reivindicado, os trabalhadores partem para os plenários com o objectivo de discutir colectivamente a questão. 

Trabalhadores da Autoeuropa concentrados à entrada da fábrica de automóveis durante a greve contra o trabalho obrigatório ao sábado, em Palmela, 30 de Agosto de 2017.
CréditosRui Minderico / Agência Lusa

Depois de o AbrilAbril ter noticiado a greve dos trabalhadores da Autoeuropa, as tentativas do patronato para a desmobilizar e desacreditar, como também a apresentação de uma proposta de aumentos salariais que não corresponde às reivindicações dos trabalhadores, surgem novos desenvolvimentos. 

Desta vez, face aos desenvolvimentos das últimas semanas, e apesar da Fiequimetal e do SITE Sul terem alertado que não era prudente saltar etapas e terem defendido a discussão colectiva dos trabalhadores em vários plenários, foi realizado um referendo na Autoeuropa sobre a proposta do patronato. A proposta, de acordo com as estruturas sindicais da CGTP-IN, está a ser vendida pela administração como sendo de 5,2% em Dezembro, mas, no entanto, é apenas de 3,2%, uma vez que 2% estava já previsto para Janeiro de 2023. 

A Fiequimetal e o SITE Sul alegam que a proposta apresentada não corresponde à exigência dos trabalhadores e serve simplesmente para a empresa continuar a acumular lucros e a empresa poder beneficiar de descontos fiscais em sede de IRC. 

Face ao proposto foi colocado nas mãos dos trabalhadores, por via de um referendo, a aceitação da proposta do patronato, mas sem dar grande espaço para discutir a mesma. A Fiequimetal e o SITE Sul  avisaram que era necessário não saltar etapas e seria preciso discutir a questão nos plenários primeiro. A verdade é que a proposta do patronato foi chumbada. 

Em comunicado, a comissão sindical do SITE Sul na Autoeuropa saudou a participação dos trabalhadores no referendo e assinalou que a resposta dada demonstra a vontade dos mesmos em verem consagradas as suas reivindicações salariais. 

As estruturas sindicais reafirmam que o caminho é prosseguir a luta, estando já marcados plenários para os dias 13 e 14 de Dezembro e serão realizados por cada turno. Segundo a comissão sindical, para além da discussão, os plenários devem materializar-se em acções de luta e relembra que todos os trabalhadores, mesmo os não sindicalizados, podem participar. 

 

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