|Síria

Síria e Irão consolidam aliança estratégica face ao bloqueio

O desenvolvimento da cooperação para enfrentar o bloqueio e as sanções centrou as conversas mantidas este domingo, em Damasco, entre as autoridades sírias e o ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros.

Bashar al-Assad (direita) e Amir-Abdollahian discutiram o reforço das relações económicas entre Irão e Síria, para travar os efeitos das sanções e da crise energética que o país árabe sente 
Créditos / China Daily

Numa curta visita à Síria, o novo ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Hussein Amir-Abdollahian, reuniu-se com o seu homólogo sírio, Faisal Mekdad, e o presidente Bashar al-Assad.

Em ambos os encontros, destacou-se a cooperação existente, pelos seus «resultados positivos», especialmente no domínio da luta contra o terrorismo.

Particular ênfase foi dada à necessidade de dinamizar a cooperação bilateral e avançar para novos patamares em todas as áreas, particularmente no domínio comercial e económico, com o objectivo de fazer frente às sanções e ao bloqueio impostos a ambos os países, informam a Prensa Latina e a PressTV.

Em declarações à imprensa, Amir-Abdollahian sublinhou que «os sionistas são um importante factor de desestabilização na região», tendo valorizado o papel do diálogo e da cooperação entre os países do Médio Oriente como forma de contribuir para uma «segurança duradoura».

Neste sentido, o chefe da diplomacia iraniana afirmou que a ingerência e a presença de forças estrangeiras não irão contribuir para o propósito desejado de criar estabilidade e segurança numa «região sensível» como o Médio Oriente.

Autoridades sírias denunciam a «guerra energética» contra o país

O Ministério sírio da Electricidade revelou, num relatório, que as perdas directas e indirectas no sector da energia eléctrica chegam quase a três mil milhões de dólares. Este número abarca os danos causados por acções terroristas entre 2011 e finais de 2020, referiu a fonte, precisando que as perdas directas rondam quase os mil milhões de dólares.

A entidade revelou ainda que a produção nacional de electricidade diminuiu de 49 mil milhões de kilowatts por hora (kWh) para 19 mil milhões em 2016, como consequência dos ataques terroristas, começando depois a recuperar e tendo chegado aos 27 mil milhões kWh no ano passado, informa a Prensa Latina.

Por seu lado, o Ministério do Petróleo e Recursos Minerais da Síria referiu-se à actual escassez de hidrocarbonetos no país como resultado da «guerra energética» movida pelos Estados Unidos e os seus aliados ocidentais.

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EUA e Israel levam mais além a «guerra suja» contra a Síria

Os EUA e os seus aliados, sobretudo Israel, alargaram a guerra económica contra a Síria ao incrementarem os ataques em alto mar contra petroleiros que têm este país árabe como destino.

O primeiro-ministro da Síria, Hussein Arnous, revelou que os petroleiros carregados com crude com destino ao país estão a ser atacados ou interceptados em alto mar 
Créditos / Prensa Latina

Numa peça publicada esta segunda-feira, Fady Marouf, jornalista sírio e correspondente da Prensa Latina, lembra que, em declarações recentes no Parlamento, o primeiro-ministro sírio, Hussein Arnous, afirmou que os petroleiros carregados com crude a caminho da Síria estão a ser atacados ou interceptados em alto mar.

O objectivo é, segundo o governante, agudizar a crise petrolífera gerada pelas sanções económicas e a ocupação de mais de 90% do território onde se encontram os poços de petróleo sírios.

Revelou ainda que sete petroleiros, alguns provenientes do Irão, foram interceptados no Mar Vermelho e outros dois atacados.

Esta informação, diz Marouf, foi confirmada inclusive pela imprensa norte-americana quando, no passado dia 11 de Março, o jornal The Wall Street Journal revelou que Israel atacou pelo menos uma dezena de barcos que transportavam petróleo iraniano desde o final de 2019.

Segundo funcionários regionais e dos EUA, Israel utilizou minas aquáticas e outro armamento para sabotar navios iranianos, no Mar Vermelho, que se dirigiam para a Síria / Prensa Latina

De acordo com funcionários regionais e dos EUA não identificados que o jornal cita, Israel utilizou minas aquáticas, entre outro armamento, para sabotar os navios iranianos ou outros que transportavam carga iraniana para a Síria, no Mar Vermelho e noutras áreas da região.

Embora estas acções não tenham afundado nenhum petroleiro, obrigaram pelo menos dois deles a regressar a portos iranianos, e atrasaram a chegada de outros navios à Síria, provocando a crise de derivados do petróleo.

A última acção de sabotagem ocorreu no passado dia 10 de Março e teve como alvo um navio porta-contentores da empresa iraniana Irisl no Mediterrâneo, facto qualificado como «terrorismo» por Teerão.

Nas suas declarações, o primeiro-ministro sírio classificou como «acções terroristas e de pirataria» os ataques perpetrados contra barcos iranianos em águas internacionais, não tendo descartado a possibilidade de que Israel esteja por trás deles.

«Tais acções ilegais contra a navegação marítima não teriam sido levadas a cabo sem a luz verde dos Estados Unidos», sublinhou, citado por Marouf.

Bloqueio, ocupação e crise petrolífera na Síria

De acordo com Damasco, os ataques frequentes a navios iranianos enquadram-se no bloqueio e nas sanções ilegais norte-americanos impostos à Síria e ao Irão.

Essas acções hostis provocaram uma grande escassez de produtos petrolíferos, que levou o governo sírio a suspender ou reduzir ao mínimo a assistência aos trabalhadores nos ministérios e entidades públicas, refere Fady Marouf.

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EUA aumentam presença no Nordeste da Síria

Cerca de 48 horas após um ataque aéreo, os EUA fizeram entrar nova caravana de abastecimento na Síria, onde reorganizam a presença do Daesh. Israel voltou a lançar novo ataque com mísseis sobre Damasco.

A Síria acusa as tropas norte-americanas de mais uma «cooperação» com os terroristas do Daesh, desta vez envolvendo «ouro roubado»
A Síria acusa as tropas norte-americanas de mais uma «cooperação» com os terroristas do Daesh Créditos / Sputnik News

Depois do ataque decretado por Joe Biden e perpetrado na quinta-feira à noite contra elementos das Unidades de Mobilização Popular iraquianas – força da resistência anti-imperialista e antiterrorista – junto à localidade de al-Bukamal (província síria de Deir ez-Zor), as forças militares norte-americanas transportaram este domingo uma dezena de membros do Daesh da base ilegal de al-Shadadi (província de Hasaka) para a região desértica de al-Badia, em Deir ez-Zor, noticiou a agência SANA.

A mesma fonte refere que os terroristas foram retirados no passado dia 26 de uma prisão em Hasaka à guarda das chamadas Forças Democráticas Sírias (FDS), maioritariamente curdas e aliadas dos EUA no controlo dos campos petrolíferos e de gás no Norte e Nordeste do país árabe.

A chamada coligação internacional, liderada pelos EUA, encontra-se na Síria, alegadamente para lutar contra o Daesh, desde Setembro de 2014, sem autorização do governo sírio ou um mandato das Nações Unidas.

As notícias sobre o apoio directo e indirecto de Washington a grupos terrorristas na Síria têm-se sucedido ao longo dos anos, assim como as denúncias de Damasco e Moscovo, sustentadas também por depoimentos de desertores.

Ainda este domingo, as forças de ocupação norte-americanas fizeram entrar a partir do Iraque uma nova caravana na Síria, através da passagem fronteiriça ilegal de al-Walid. De acordo com a agência SANA, era composta por 23 viaturas, carregadas com equipamento e material logístico, que se destina às bases militares ilegais que os EUA possuem na província de Hasaka, rica em recursos petrolíferos.

Defesa anti-aérea síria intercepta mísseis israelitas perto de Damasco

As baterias da defesa anti-aérea do Exército Árabe Sírio entraram novamente em acção, ontem à noite, para fazer frente a mais um ataque israelita com mísseis, desta vez contra o Sudeste de Damasco, indica a SANA.


Fontes militares revelaram que a agressão do «inimigo israelita» teve início às 22h16 (hora local), com mísseis disparados a partir dos Montes Golã ocupados. O ataque durou cerca de dez minutos e a maioria dos projécteis foi derrubada.

As agressões sionistas contra território sírio são frequentes. Recentemente, a imprensa síria destacou que estão a ocorrer num momento em que as forças militares sírias, apoiadas por unidades populares e forças de países aliados, lançaram uma ofensiva no deserto contra elementos do Daesh.

O governo sírio condenou o silêncio das Nações Unidas perante estas acções – mais de 50 só em 2020 –, tendo sublinhado que Israel e os Estados Unidos apoiam directamente os grupos terroristas no país, em particular o Daesh, para desestabilizar as regiões que foram libertadas.

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De acordo com dados oficiais, a Síria produzia, antes do começo da guerra, em 2011, mais de 380 mil barris diários de crude e, devido à ocupação, aos saques e às acções terroristas, a produção situa-se actualmente nos 24 mil barris, quando o país necessita diariamente de mais de 148 mil.

Números recentemente divulgados pelas autoridades indicam que só no segundo semestre de 2020 a Síria gastou 820 milhões de dólares em importações de derivados do petróleo, que, lembra o jornalista, é o principal recurso para os transportes públicos e para o aquecimento da população nos meses de Inverno.

No início de Fevereiro, as autoridades informaram que, por causa das sanções impostas e da ocupação, mais de dois milhões de sírios não tinham recebido combustível para o aquecimento.

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O titular da pasta lembrou, em declarações à imprensa, que, devido ao bloqueio, às sanções e à deterioração da situação económica no Líbano, existem «sérias dificuldades na importação de gás e derivados de petróleo».

Antes da guerra, a Síria exportava petróleo e gás, mas as acções de sabotagem e a ocupação norte-americana do Nordeste do país, onde se encontram 90% dos campos petrolíferos, levaram a que a Síria passasse a importar dois terços das suas necessidades.

Os Estados Unidos e os seus aliados, em particular Israel, foram mais além nesta guerra económica, ao interceptar ou atacar em alto mar navios petroleiros com destino ao país árabe.

De acordo com dados oficiais, a Síria produzia, antes da guerra, em 2011, mais de 380 mil barris diários de crude e, devido à ocupação, aos saques e às acções terroristas, a produção desceu para os 24 mil barris actuais, quando o país necessita diariamente de mais de 148 mil.

Números recentemente divulgados pelas autoridades indicam que só no segundo semestre de 2020 a Síria gastou 820 milhões de dólares em importações de derivados do petróleo, que é o principal recurso para os transportes públicos e para o aquecimento da população nos meses de Inverno.

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