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Situação dos presos palestinianos lembrada no Museu do Aljube

Rita Rato, directora do museu, abriu a sessão solidária promovida por MPPM e URAP, destacando o facto de a iniciativa ocorrer no local onde se situou «uma das mais sinistras prisões do fascismo português».

Forças de ocupação israelitas prendem um palestiniano na Margem Ocidental (imagem de arquivo)
CréditosAyman Ameen / Middle East Monitor

Para assinalar o Dia Internacional de Solidariedade com os Presos Palestinianos, MPPM – Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente – e URAP – União de Resistentes Antifascistas Portugueses –, com o apoio do Museu do Aljube, promoveram, esta terça-feira, a realização de uma sessão de solidariedade com os presos e detidos administrativos palestinianos nas prisões de Israel.

A directora do Museu do Aljube, Rita Rato, a quem coube abrir a sessão, sublinhou o facto de o encontro solidário «ter lugar no local onde se situava uma das mais sinistras prisões do fascismo português», revela o MPPM numa nota hoje publicada na sua página.

Carlos Almeida, que interveio em representação do MPPM, abordou a questão dos presos palestinianos «no contexto mais geral da ocupação israelita», tendo destacado que se trata de «todo um povo que tem a sua liberdade coarctada».

Por seu lado, Francisco Canelas, representando a URAP, lembrou a solidariedade internacional que os presos políticos portugueses receberam durante a ditadura fascista, afirmando, nesse sentido, «a nossa obrigação de pagar essa dívida de gratidão», que passa, nomeadamente, pelo apoio aos presos palestinianos.

Yamil Kasem, que é membro do Conselho Nacional Palestiniano e coordenador, em Espanha, da Aliança Europeia de Apoio aos Presos Palestinianos, participou na iniciativa por videoconferência, a partir de Madrid, tendo referido «detalhadamente a situação dos presos palestinianos nas prisões de Israel e a forma como este Estado ignora todas os princípios dos direitos humanos e do direito internacional».

Seguiu-se um período de perguntas, às quais Yamil «respondeu de forma muito completa e esclarecedora», indica a nota do MPPM, que espera disponibilizar, oportunamente, no seu canal de YouTube, uma gravação da sessão, uma vez que as restrições associadas ao contexto de pandemia «limitaram muito a capacidade da sala».

No final de Março, notam os organizadores da sessão, estavam detidos nas prisões de Israel 4450 palestinianos, incluindo 140 menores e 37 mulheres. Destes, 440 encontram-se em regime de detenção administrativa, «uma prática que permite a detenção, sem culpa formada ou julgamento, prorrogável indefinidamente, e que evoca as infames "medidas de segurança" do fascismo português».

A temática dos presos é «uma das questões políticas centrais para uma solução justa da questão palestiniana, a par do fim da ocupação da Cisjordânia e do cerco da Faixa de Gaza, do estatuto de Jerusalém e do direito ao retorno dos refugiados», sublinham.

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