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Um milhão nas ruas contra a reforma das pensões de Macron

A CGT classificou como «histórica» a greve geral que, esta quinta-feira, atingiu fortemente diversos sectores de actividade e trouxe centenas de milhares de trabalhadores para as ruas de França.

Centenas de nilhares de trabalhadores manifestaram-se contra a reforma das pensões do governo de Macron
Créditos / France24

O transporte ferroviário, o metro de Paris, as escolas, as refinarias, o transporte aéreo e os museus contam-se entre as áreas bastante atingidas pela greve geral de ontem em França, que, segundo a Confederação Geral do Trabalho (CGT), trouxe 1,5 milhão de pessoas para as ruas – já o Ministério francês do Interior apontou para 800 mil.

As manifestações contra a reforma das pensões do governo de Macron realizaram-se em cerca de 250 localidades do território francês, o que «evidencia o repúdio da grande maioria dos trabalhadores, mas também dos reformados e dos jovens, por ver o sistema de protecção social sacrificado no altar do liberalismo económico», indica a CGT no seu portal.

De acordo com a Prensa Latina, a paralisação quase geral nos transportes e as grandes manifestações nas ruas do país terão levado o governo francês a sentir a «pressão» e a propor reunir-se com os sindicatos para abordar uma reforma que o presidente francês, Emmanuel Macron, diz que é para levar por diante.

O ministro das Contas Públicas, Gerald Darmanin, tentou acalmar os ânimos afirmando que a proposta do executivo não visa «reduzir as pensões, nem aumentar as contribuições, mas que se trabalhe mais tempo porque se vive mais».


No entanto, estas declarações não pareceram «acalmar» os trabalhadores que, nas manifestações de ontem, declararam ao portal france24.com que não querem trabalhar até aos 70 ou 90 anos.

Em nota, a CGT afirma que não se deixa ir nas «operações mediáticas» do governo francês, que, por trás da «vontade de diálogo» anunciada, «escolhe o braço de ferro».

Para a central sindical, Macron pretende alterar as regras que definem os cálculos das pensões de reforma e isso, por mais que o governo diga o contrário, irá conduzir à «redução das pensões para todos».

Neste sentido, a CGT defende que não é preciso reforma nenhuma para «melhorar as pensões» e que «basta aumentar os salários».

A greve continua

Apesar das declarações de alguns ministros, a greve no sector dos transportes continuou a fazer-se sentir, esta sexta-feira, com a mesma intensidade da véspera, nomeadamente na ferrovia e na Empresa Pública dos Transporte de Paris (RATP), cujos trabalhadores deverão prosseguir a luta pelo menos até segunda-feira.

Estava ainda previsto que diversas organizações sindicais se reunissem hoje para decidir se vão prolongar a greve e as mobilizações na próxima semana ou se as vão manter mesmo por tempo indeterminado.

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