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É cada vez mais forte em Buenos Aires o protesto contra os «tarifazos»

Pela quinta sexta-feira consecutiva, a capital argentina foi palco de mobilizações contra a subida de preços. Milhares de pessoas vieram para as ruas bater em panelas e gritar contra os aumentos.

Milhares de pessoas mobilizaram-se, em Buenos Aires, em protesto contra a subida de preços de serviços públicos
CréditosDafne Gentinetta / Página 12

A quinta sexta-feira de protestos barulhentos, que se fizeram sentir a partir das 20h nos 15 bairros da cidade de Buenos Aires e nalgumas cidades da Área Metropolitana, ocorreu precisamente no dia em que algumas das subidas de preços de serviços públicos entraram em vigor, indica o diário Página 12.

A mesma fonte refere que estas mobilizações já se tornaram «um clássico das sextas-feiras» portenhas, com os habitantes dos diversos bairros e localidades da Grande Buenos Aires a concentrarem-se, batendo em tampas e panelas, e exibindo cartazes e faixas contra a subida dos preços de serviços como a electricidade (aumento de 32%), o gás e o transporte.

Protestam igualmente contra a inflação galopante, a política de austeridade do governo macrista e os cortes frequentes no abastecimento de electricidade – algo que se fica a dever, no entender dos organizadores, ao serviço deficiente que é prestado pelas empresas do sector.

«Um roubo ao povo»

«Isto não é uma subidade de preços, isto é um roubo ao povo e não vai ficar impune. Não vão ter onde se esconder quando o povo retomar a soberania», declarou um dos manifestantes no bairro de Caballito. Outra habitante do bairro disse: «O governo que olhe para a gente, que esteja com o povo e não com os yankees. Peço às pessoas que se lembrem disto quando forem votar, que tenham memória.»

Embora o protesto barulhento se centrasse sobretudo no aumento das tarifas dos serviços públicos – como tem acontecido com as marchas as tochas, a nível nacional, todas as quintas-feiras –, nele também couberam outras preocupações e reivindicações, nomeadamente as relativas aos cortes no sector da Educação.

Em comunicado, a União de Trabalhadores da Educação, que também aderiu ao protesto, destacou a necessidade de fazer frente a «esta política brutal de aumentos de tarifas», afirmando que, no caso da electricidade, ela visa apenas «encher os bolsos das empresas prestatárias».

Por seu lado, a secção de Buenos Aires da Associação de Trabalhadores do Estado (ATE) denunciou «os aumentos indiscriminados nas tarifas dos serviços de luz, gás e transporte», acrescentando que «não são apenas ilegítimos e ilegais, são também impagáveis».

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