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Descartar trabalhadores não é salvar a TAP

Os trabalhadores, que admitem estar «confusos e ansiosos» com o «bombardeamento» de notícias divulgadas, opõem-se a uma reestruturação que implique despedimentos, reduções salariais ou perda de direitos.

O Sitava queixa-se de serem impostas cada vez mais restrições ao direito à greve
CréditosJosé Manuel / CC BY-SA 4.0

Afirmando que não podem ser os trabalhadores a pagar «os ditames de Bruxelas», a comissão de trabalhadores da TAP afirma em comunicado que estes são peças fundamentais para a recuperação da companhia aérea, empresa estratégica para o País.

«Não nos podemos esquecer da responsabilidade que o Governo tem em todo este processo, uma vez que o Estado é o accionista maioritário da TAP», pode ler-se no comunicado.

O plano de reestruturação da TAP determina o despedimento de 750 trabalhadores de terra e 500 pilotos e ainda um corte de 25% nos salários, que só não abrangerá os salários até 1000 euros. Este plano que poderá levar à saída de 4600 trabalhadores é uma imposição da Comissão Europeia como contrapartida a um investimento do Estado para fazer face às dificuldades da companhia.

Contudo, salvar a TAP deve ser uma decisão soberana que não fique dependente das orientações impostas a partir de Bruxelas que sirvam para legitimar uma intervenção feita contra os trabalhadores preparando o caminho para uma nova privatização.

Defender esta companhia aérea passa por garantir que, no imediato, está em condições de responder à difícil situação que se faz sentir no sector da aviação civil em todo o mundo e que se mantém como instrumento estratégico de desenvolvimento e soberania nacional.

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