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Cativações nas contas certas dos outros é refresco

O ministro das Finanças anunciou, com grande felicidade, o fim das cativações. Talvez não se tenha apercebido que isso só indica que face aos problemas estruturais do país, foi o próprio a negar as soluções a bem das «contas certas».

CréditosTiago Petinga / Agência Lusa

Vários são os sectores a desenvolver e a intensificar a luta. Na Educação, na Saúde, na Habitação, na Cultura ou na Administração Pública a luta desenvolve-se em torno de questões concretas e imediatas, mas também questões estruturais que ao longo do tempo se vêm a degradar. Uma coisa é certa: há dinheiro para resolver várias das bandeiras de luta levantadas e é o próprio Governo a gabar-se da «almofada financeira». 

Apesar das condições objectivas para tal, é por mera abnegação ideológica que o Governo fecha a porta da resolução dos problemas. O Governo PSD/CDS seguiu cegamente as imposições da troika e com agrado foi mais longe do que o que estava previsto no pacto de agressão, o Governo PS ao adoptar a lógica do seguidismo relativamente às imposições da Comissão Europeia e a ir mais longe que as orientações traçadas, segue a mesma linha política. 

A máquina de propaganda do PS vai, a cada momento, colocando diversos slogans para ludibriar os trabalhadores. Inventou o «orçamento mais à esquerda de sempre», o «maior aumento do salário mínimo de sempre», o «o maior crescimento económico desde 1990» e inventa-os para fugir ao central de todas as questões que é a necessidade de investimento.

Em Setembro de 2022, Fernando Medina disse que «a política das contas certas tem impacto positivo na vida das famílias». Podia ter sido Passos Coelho, Paulo Portas, Maria Luís Albuquerque ou Vítor Gaspar a proferir tal afirmação. Não foi nenhum deles. Foi um ministro do Partido Socialista que fez da falta de investimento por forma de cativações uma conquista. O ministro das Finanças não disse que famílias beneficiam das tais «contas certas» porque essas são apenas uma minoria que vêem a serem transferidas para o privado as funções sociais do Estado e conseguem pagar. 

A maioria das famílias, aquelas que precisam de meter comida em cima da mesa e não comem contas certas, vêem o salário a não chegar ao fim do mês, vêem a Escola Pública a degradar-se, vêem urgências a serem encerradas e vêem os transportes públicos a perder a qualidade. Quando Medina anuncia o fim das cativações no próximo Orçamento do Estado, diz também que foi opção sua impor estas situações às famílias. Demonstra que sabe qual o significado prático da sua política de «contas certas». 

Luís Montenegro disse em tempos que o país estava pior, mas a economia estava melhor. O agora líder do PSD, com essa frase digna de epitáfio, teria hoje lugar no Governo caso o cartão que leva na carteira tivesse outra cor. Fernando Medina concorda com essa frase porque segundo ele as contas estão melhores, as funções sociais do Estado é que estão piores. 

Do «orçamento mais à esquerda» de sempre saíram as cativações mais normais de sempre à direita. O Governo quis ser bom aluno e sabe bem que cativações nas contas certas dos outros é refresco. 
 

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