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Vale do Côa: Investigadores admitem ter descoberto maior painel de arte rupestre

Uma equipa multidisciplinar acredita ter colocado a descoberto um dos maiores painéis de arte rupestre ao ar livre, com cerca de dez metros de comprimento, no sítio do Fariseu, com a descida do caudal do rio.

Representação de animal numa pedra de xisto do complexo rupestre do Vale do Côa
Representação de animal numa pedra de xisto do complexo rupestre do Vale do CôaCréditosMarcos Borga / Agência Lusa

Todo o trabalho começou em Abril do ano passado, com a descoberta da maior gravura ao ar livre, representativa de um auroque (boi selvagem), gravada numa rocha no sítio do Fariseu, no Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC), datada do Paleolítico Superior.

A ampliação da área de trabalho permitiu, como agora os investigadores sublinham, «perceber a relação da vida quotidiana do Paleolítico Superior com a arte do Côa».

No ano passado, os trabalhos tiveram de ser suspensos devido à pandemia da Covid-19, mas foram retomados em Junho último, e o auroque começou a ser visitado por pequenos grupos que faziam o percurso a pé, a nado ou de canoa.

Os arqueólogos sempre acreditaram no potencial rupestre da designada «rocha 09» do PACV, que fica a cerca de 50 metros do Rio Côa.

«Aproveitamos os três dias de abaixamento das águas do Rio Côa para dar continuidade aos trabalhos de descoberta da "rocha 09" do Fariseu. Este trabalho deu-nos a oportunidade única de escavar sedimentos que por norma estão por baixo da água do rio», explicou à Lusa o arqueólogo Thierry Aubry, da Fundação Côa Parque (FCP).

Segundo o arqueólogo, o painel onde se encontra «picotado» o maior auroque do mundo, que inicialmente tinha 3,5 metros visíveis, com estas sondagens revelou uma extensão de dez metros de comprimento.

«Este é o maior painel gravado com motivos rupestres existentes no Vale do Côa, com uma composição que demonstra um outro interesse científico, porque estamos num sítio privilegiado ao nível da arte rupestre», vincou o investigador.

Outro dos passos dados foi perceber a composição do sítio rupestre e a forma de como os sedimentos taparam a rocha e todo o seu processo de datação geológica.

«Obtivemos resultados arqueológicos de que ninguém estava à espera, já que temos um painel de cerca de dez metros de rocha gravada, o que é excepcional. Esta escavação deu-nos a oportunidade de perceber a relação da vida quotidiana do Paleolítico Superior e a arte do Côa», vincou Thierry Aubry.

Segundo o arqueólogo da FCP, os próximos passos vão no sentido de se fazer o diagnóstico de todo material recolhido, para «saber exactamente» o que a ocupação humana de milhares de anos foi deixando nestas camadas de sedimentos nas margens do rio Côa.

A chamada «rocha 09» do Fariseu representa um dos principais núcleos de arte rupestre do Vale do Côa, classificados como Monumento Nacional e inscritos na Lista do Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

A escavação surgiu no contexto do estudo arqueológico da arte paleolítica do Vale do Côa, que se vem desenvolvendo há mais de 25 anos.


Com agência Lusa

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