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Concurso público só saiu segunda-feira, mas Santa Maria fecha a 1 de Agosto. Porquê?

Urgência de obstetrícia e bloco de partos do Hospital de Santa Maria encerram a 1 de Agosto, a pretexto de obras, mas concurso público só foi publicado no início desta semana. Então, porquê fechar já?

CréditosAntónio Cotrim / Agência Lusa

Atendendo a que o concurso público das obras da maternidade do Santa Maria, em Lisboa, apenas foi publicado esta segunda-feira, 19 de Junho, facilmente se conclui que, mesmo correndo num cenário sem imprevistos, a adjudicação da obra só terá lugar a partir do final deste ano. Sendo assim, ficam no ar, pelo menos, duas perguntas. Porque decidiu o Governo antecipar o encerramento de um dos maiores serviços da especialidade, na capital? Por outro lado, porque não acautelou mais um constrangimento no acesso aos cuidados de saúde, colocando instalações provisórias, à semelhança do que já foi realizado, por exemplo, no Hospital Garcia de Orta, em Almada, poupando mais uma despesa com os privados?

Recorde-se que, no passado mês de Maio, o presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada, Óscar Gaspar, admitia que esta iniciativa de recorrer aos privados representava «uma nova luz que se abre» na relação «público e privado».

Numa carta enviada ao director clínico do hospital, à administradora e ao director executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), em 15 de Junho, a equipa médica (34 dos 37 clínicos) do Departamento de Obstetrícia, Ginecologia e Medicina da Reprodução do Hospital de Santa Maria questiona justamente a forma como foi determinado o plano de obras, sem o envolvimento da equipa, ao mesmo tempo que levanta dúvidas sobre o modus operandi da transferência para o Hospital de São Francisco Xavier (HSFX). 

São denunciadas pressões «para assegurar a colaboração com o HSFX, mesmo antes de se conhecerem as instalações disponíveis neste último, antes de estarem acordadas as situações clínicas e os profissionais de saúde que seria necessário deslocar, antes de estarem acordadas as obras previstas para o HSM [Hospital de Santa Maria]».

Na missiva, cujo primeiro signatário é o agora ex-director do serviço, Diogo Ayres de Campos (exonerado por contestar o plano e a falta de auscultação da equipa), os médicos admitem que não havia necessidade de encerrar a urgência de obstetrícia do Santa Maria e que «a utilização deste argumento para justificar a colaboração» com o Hospital Francisco Xavier, «por não ser verdadeiro, foi mal recebida pela equipa». Esta quarta-feira, numa nova carta, a equipa do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Santa Maria pede a revogação da demissão do ex-director.

Numa altura em que os médicos reclamam melhores salários e condições de trabalho, e muitos acabam por ir para a emigração ou para o sector privado, a gestão deste processo pode ser mais um empurrão dos clínicos para fora do SNS. 

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