No encerramento do congresso, esta segunda-feira, o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, que foi nomeado candidato da FSLN à Presidência da República nas eleições gerais de 7 de Novembro próximo, advertiu que o seu país não voltará a tolerar cenas de violência e morte como as vividas em 2018, nem tão-pouco acções de ingerência estrangeira nos seus assuntos internos.
«Apesar de todos os benefícios que o governo sandinista trouxe a todos os sectores económicos e sociais, os mais poderosos procuraram destruí-los e arrebatá-los», afirmou o dirigente da FSLN, sublinhando que «conseguimos derrotar essa agressão terrorista que violava os direitos humanos dos nicaraguenses».
Disse ainda que o povo da Nicarágua se pode «pôr de acordo respeitando a instituições para avançar no caminho do desenvolvimento económico do país» e «levando aos nicaraguenses os verdadeiros direitos humanos, mais saúde, mais educação, mais electricidade, estradas, escolas, bem-estar».
De acordo com a Constituição do país centro-americano, há eleições gerais de cinco em cinco anos, sendo a data fixa no primeiro domingo de Novembro, informa a Prensa Latina.
O Conselho Supremo Eleitoral informou que, segundo a última actualização dos cadernos eleitorais, existem 4,7 milhões de cidadãos com direito a voto no país, podendo assim participar numa contenda para a qual se inscreveram 17 partidos políticos, alguns unidos em alianças.
Venezuela condena agressão mais recente da UE à Nicarágua
O Ministério venezuelano dos Negócios Estrangeiros emitiu um comunicado, esta segunda-feira, em que condena as medidas coercivas impostas pela União Europeia (UE) contra oito altos funcionários do país centro-americano.
Entre os visados pelas medidas unilaterais do bloco europeu estão a vice-presidente, Rosario Murillo; a presidente do Tribunal Supremo de Justiça, Alba Luz Ramos; o presidente da Assembleia Nacional, Gustavo Porras; e a procuradora-geral da Nicarágua, Ana Julia Porras.
Foram ainda punidos dois dirigentes da Polícia Nacional, Fidel Domínguez e Juan Antonio Valle; o assessor presidencial Bayardo Arce e o director do Canal 8, Juan Carlos Ortega Murillo.
Na sua conta de Twitter, o porta-voz dos Assuntos Externos da UE, Peter Stano, afirmou que as sanções eram impostas a oito indivíduos responsáveis pela violação de direitos humanos e por minarem a democracia.
Também no Twitter, o deputado espanhol ao Parlamento Europeu José Ramón Bauzá, dos Ciudadados, escreveu: «Hoje, por fim, estamos um passo mais perto da justiça. A Europa será o pesadelo da tirania de Ortega.»
O governo da Venezuela não poupou palavras para a decisão da UE, sublinhando que «se coloca novamente à margem do direito internacional, do respeito pela soberania e da autodeterminação dos povos».
Caracas destacou ainda o «seguidismo» do bloco europeu às políticas intervencionistas dos Estados Unidos, que continuam a pressionar o povo nicaraguense, assim como «governos e instituições internacionais para que cumpram os seus desígnios».
Para a Venezuela, as autoridades de Manágua têm o direito de tomar as medidas que acharem pertinentes para «salvaguardar a independência e a dignidade nacional».
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui