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Negros e hispânicos foram mais afectados pela pandemia

Um inquérito da AP e do NORC revela que, em comparação com os brancos, há mais probabilidades de latinos e negros terem sido despedidos e sofrido outras perdas de rendimento durante a pandemia nos EUA.

Apenas 26% dos inquilinos afro-americanos disseram estar confiantes em poder continuar a pagar a renda
CréditosValerie Macon / CNBC

Milhões de pessoas nos Estados Unidos viveram um ano devastador à conta da pandemia do novo coronavírus e da incapacidade de resposta das autoridades para lhe fazer frente e apoiar quem mais necessitava.

Num país que regista mais de 545 mil mortos por Covid-19, são muitos aqueles que perderam alguém querido ou conhecido. Com a crise associada à pandemia, os efeitos económicos foram também devastadores, mas não atingiram todos os norte-americanos da mesma forma. Os negros e os hispânicos foram especialmente atingidos, tanto pelo vírus como pelo desastre económico.

A pesquisa agora realizada pela Associated Press (AP) e o NORC Center for Public Affairs Research mostra que, em comparação com os brancos, os norte-americanos negros e latinos têm mais probabilidades de ter perdido o emprego ou vivido outro tipo de perda de rendimento durante a crise sanitária, e quem perdeu redimento tem mais probabilidade de se ter metido em «buracos financeiros profundos».

Negros e os hispânicos têm também mais probabilidades que os brancos de afirmar que eram próximos de alguém que faleceu infectado com coronavírus e menos probabilidades de ter sido vacinados.

De acordo com o estudo, 62% dos hispânicos e 54% dos negros norte-americanos perderam alguma forma de rendimento familiar durante a pandemia, em que se incluem a perda do posto de trabalho, cortes salariais, redução de horários e licenças não remuneradas. Entre os brancos, essa percentagem desce para 45%.

A mostra revela também que cerca de seis em cada dez latinos e cerca de metade dos negros afirmam estar ainda a sofrer o impacto da perda de rendimentos na sua situação financeira, em comparação com quatro de cada dez norte-americanos brancos.

Cerca de 40% dos negros e dos hispânicos norte-americanos afirmaram não ter conseguido pagar uma conta no mês passado, enquanto entre a população branca essa percentagem desce para metade.

Os hispânicos são os mais propensos a pensar que levarão muito tempo a sair da actual situação financeira complicada (cerca de metade). Entre os negros, revela o estudo da AP-NORC, cerca de um terço pensam o mesmo; enquanto um quarto dos brancos também pensam assim.

Outro dado revelado pelo inquérito é que 38% dos hispânicos disseram que eles ou alguém da sua família foram despedidos durante a pandemia; 29% dos negros e 21% dos brancos afirmaram o mesmo.

As perdas a nível pessoal são também desiguais. Cerca de 30% da população negra e hispânica afirmaram ter perdido um amigo próximo ou um familiar por causa do coronavírus desde Março do ano passsado. Entre a população branca norte-americana, essa percentagem desce para 15%.

O inquérito foi realizado a 1434 adultos entre 25 de Fevereiro e 1 de Março, e tem uma margem de erro de 3,4 pontos percentuais.

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