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MST reafirma compromisso com a Reforma Agrária e a transformação social

Numa «Carta ao Povo Brasileiro», os sem-terra denunciam as agressões do capital e de Bolsonaro, e afirmam «estar de pé e dispostos a contribuir para o legítimo levante das massas populares».

O MST reafirma a luta pela Reforma Agrária, a defesa da soberania nacional e a denúncia das agressões do capital
Créditos / sul21.com.br

A «Carta ao Povo Brasileiro» foi lançada no dia 25 pela Coordenação Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), na sequência de um encontro realizado pelo movimento em Sarzedo (Minas Gerais) na semana passada.

Na missiva, o MST denuncia as agressões do capital «aos bens da natureza e às condições de vida do povo» mineiro e sublinha que, atravessando uma profunda crise, o capital «impõe aos povos do mundo desemprego, fome, retirada de direitos sociais, precarização do trabalho, violência, extermínio, privatizações, destruição do meio ambiente, expropriações, saque dos bens naturais e dos recursos estratégicos».

A acção do governo de Jair Bolsonaro é particularmente visada no texto, porque «entrega o país aos interesses dos Estados Unidos, as nossas terras aos estrangeiros e quebra a economia nacional em detrimento do capital».


No campo, Bolsonaro «quer entregar 70 milhões de hectares de terras públicas, especialmente na Amazónia, a quem desmatou, destruiu, sonegou impostos e assassinou povos», acusa a Coordenação Nacional do MST.

O governo do actual presidente brasileiro «legitima a acção dos jagunços do agronegócio, autoriza o extermínio, desmata a floresta e destrói a biodiversidade. Tudo para expandir a fronteira agrícola, a mineração e o lucro das empresas transnacionais», denunciam os sem-terra, para quem «defender a Amazónia é defender o Brasil, os povos, os seus territórios, a vida e o meio ambiente».

«Ocupar os latifúndios do campo e das cidades»

Neste contexto, o MST considera seu dever «actuar sobre as contradições deste projecto das elites», uma vez que não tem «solução para os principais problemas que afectam o povo brasileiro», e compromete-se «a ocupar os latifúndios do campo e das cidades», bem como a «lutar pelos direitos sociais e não permitir retrocessos nas conquistas».

«Aqui estamos para afirmar a luta justa do povo pela sua libertação e por uma vida sem a lógica perversa da acumulação do agronegócio e da mineração», sublinha o MST, que apela ao povo brasileiro para que mantenha «a luta permanente» e construa «uma sociedade justa e igualitária», «uma sociedade socialista».

A construção da Reforma Agrária e a reafirmação da «defesa da soberania nacional e popular» no Brasil é acompanhada, a nível internacional, pela manifestação da solidariedade a todos os trabalhadores «em luta do mundo», bem como pelo repúdia por «golpes e intervenções», e pela defesa da «legítima soberania dos povos».

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