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Milhares de haitianos protestam novamente contra Jovenel Moïse

Milhares de manifestantes voltaram às ruas do Haiti, este domingo, em protesto contra o governo e aquilo que consideram um prolongamento inconstitucional do mandato presidencial de Jovenel Moïse.

Os haitianos vieram novamente para as ruas exigir a renúncia de Jovenel Moïse
Créditos / TeleSur

Na capital do país caribenho, Porto Príncipe, os manifestantes juntaram-se no viaduto de Delmas, rebaptizado como Cruzamento da Resistência, e insistiram na reivindicação de que Moïse respeite a Constituição e aceite o fim do mandato, defendendo que, segundo a Carta Magna, este terminou há duas semanas.

Por seu lado, Moïse afirma que vai continuar no cargo até 2022, para preparar novas eleições e convocar um referendo para alterar a Constituição.

Nas mobilizações massivas deste domingo, os manifestantes voltaram a exigir o fim da ingerência externa no país e apelaram a países e organismos internacionais que retirem o apoio dado ao presidente Jovenel Moïse, que acusam de corrupção, má gestão e de liderar um governo autocrático, informa a TeleSur.

A manifestação foi convocada pela Comissão Protestante contra a Ditadura no Haiti – uma estrutura criada recentemente por igrejas cristãs –, à qual se juntaram organizações sociais e apoiantes da oposição.

Durante os protestos, os participantes gritaram palavras de ordem contra um governo que consideram «de facto», contra a «ditadura», o colonialismo e o imperialismo.


Também demonstraram o seu apoio a Youry Chevry, ex-presidente do Município de Porto Príncipe, que fugiu para a vizinha República Dominicana depois de a Polícia ter emitido um mandado de busca e captura, pelos alegados crimes de asassinato e conspiração. Para a oposição, a medida configura-se como mais uma acção de perseguição política levada a cabo pelo executivo de Moïse.

Os protestos contra o governo haitiano, a violência, a ingerência externa e o imperialismo – de que Moïse é uma «marioneta», segundo a oposição – foram crescendo até 7 de Fevereiro, data em que os partidos da oposição, inúmeras organizações sociais, o Poder Judicial, associações de magistrados, entre outros sectores, defendem que terminou o mandato presidencial.

A situação agravou-se depois de Jovenel Moïse ter despedido três juízes ligados a um governo de transição nomeado pela oposição e após a detenção de mais de 20 pessoas que, segundo o governo haitiano, preparavam um golpe de Estado.

De então para cá, têm sido constantes as manifestações e as greves, num contexto de acentuada crise sociopolítica.

Entretanto, as forças que se opõem ao presidente Jovenel Moïse anunciaram um novo calendário de mobilizações para esta semana e pediram à população que se manifeste massivamente nas ruas.

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