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Ferroviários franceses mantêm greves contra reforma no sector

Os trabalhadores do sector ferroviário francês cumprem, esta quarta-feira, uma jornada de greve contra a reforma que o governo de Macron quer impor no sector, visando a «destruição do serviço público».

Manifestação de apoio à greve dos ferroviários da SNCF em Paris, França, a 3 de Abril de 2018
Créditos / SNCF

A vaga de greves teve início nos dias 3 e 4 deste mês, paralisando as ligações ferroviárias, tanto nas linhas de alta velocidade, onde circulou um só comboio em cada sete, como nas linhas regionais, com um só comboio em cada cinco.

Hoje, a administração da Sociedade Nacional de Caminhos-de-Ferro (SNCF) disse que estavam a funcionar um de cada três comboios nas linhas de alta velocidade e dois em cada cinco nas linhas regionais, enquanto nos serviços internacionais estarão a circular 75% das composições.

A fazer fé nos dados da administração, divulgados pela Reuters, trata-se de um nível de interrupção dos serviços ferroviários ligeiramente inferior ao registado na greve de 3 de Abril, mas que tem um impacto importante numa rede que serve diariamente cerca de 4,5 milhões de utentes.

Múltiplas paralisações até ao final de Junho

As paralisações intercaladas (dois dias em cada cinco) são convocadas pelas organizações sindicais CGT, Unsa e CFDT, estando previstas 36 jornadas de greve até ao final de Junho. Já o sindicato SUD-Rail mantém uma greve por tempo indeterminado, renovada a cada 24 horas em plenários de trabalhadores.

No seu conjunto, os quatro sindicatos estão a fazer frente à maior reforma no sector desde a nacionalização dos caminhos-de-ferro, em 1937, e que se inclui num pacote mais amplo de reformas económicas, sociais e laborais de teor neoliberal que o presidente francês, Emmanuel Macron, pretende impor até 2022.

Defesa do serviço público

Numa jornada de luta anterior, o secretário-geral da CGT, Philippe Martinez, sublinhou que a reforma da Sociedade Nacional de Caminhos-de-Ferro, que os trabalhadores repudiam, «visa destruir o serviço público ferroviário» e entregar o sector aos operadores privados. Pelo meio, procura-se ainda destruir os direitos conquistados pelos trabalhadores ferroviários ao longo de anos.

Reforma votada na Assembleia Nacional

Numa primeira votação do projecto de reforma ferroviária, ontem realizada na Assembleia Nacional, a grande maioria dos deputados (454) votou a favor dos planos de Macron.

Registaram-se 29 abstenções e 80 votos contra – dos deputados do Partido Socialista, dos comunistas e do movimento França Insubmissa, segundo refere o portal europe1.fr.

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