|Síria

EUA destinam milhões de dólares aos Capacetes Brancos

Donald Trump decretou à USAID que atribua 6,6 milhões de dólares aos Capacetes Brancos e uma agência das Nações Unidas que investiga «crimes de guerra» na Síria, revelou o Departamento de Estado.

Os Capacetes Brancos, acusados de serem uma filial da Al-Qaeda, são financiados pelas potências ocidentais
Créditos / veteranstoday.com

Recentemente, a administração norte-americana tinha anunciado que iria suspender a atribuição de fundos aos Capacetes Brancos, entidade que se define a si mesma como uma organização não governamental para apoiar a população síria, mas cuja máscara terrorista tem sido retirada por diversas organizações internacionais.

Também o Exército sírio tem revelado documentos que expõem a sua ligação à Al-Qaeda e que evidenciam o seu papel na encenação de ataques químicos contra civis, com o objectivo de «culpar» Damasco e, assim, justificar ataques e um maior intervencionismo das potências ocidentais.

Na quinta-feira, a porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Heather Nauert, disse que os «EUA apoiam fortemente os Capacetes Brancos» e que o presidente, Donald Trump, tinha dado ordens à Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID, na sigla em inglês) para lhes destinar a eles e ao Mecanismo Internacional, Imparcial e Independente das Nações Unidas uma verba de 6,6 milhões de dólares, segundo refere a Al-Manar.

Numa entrevista ao Daily Mail publicada no domingo passado, o presidente sírio, Bashar al-Assad, afirmou que o alegado ataque químico em Douma, na região damascena de Ghouta Oriental, foi encenado conjuntamente pelos EUA e os seus «satélites» França e Reino Unido.

Dirigiu, então, fortes acusações ao Reino Unido, lembrando que este país «apoiou publicamente» e «gastou muito dinheiro» com os Capacetes Brancos, que são «uma ramificação da Al-Qaeda e da al-Nusra em várias partes da Síria», e foram a organização directamente envolvida na encenação e divulgação do ataque químico em Douma, a 7 de Abril último.

Líbano lança sérias acusações contra ACNUR

O ministro libanês dos Negócios Estrangeiros, Gebran Bassil, acusou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) de ter «intimidado» refugiados sírios na cidade libanesa de Arsal, procurando impedi-los de regressarem à Síria.

Esse terá sido um dos motivos que levaram o diplomata a decidir não renovar a autorização de permanência dos funcionários do ACNUR no seu país.

A cidade libanesa de Arsal alberga cerca de 30 mil refugiados sírios da região de Qalamoun, para onde voltaram milhares de pessoas, em Agosto último, depois de a localidade ter sido libertada dos grupos terroristas armados.

Basil al-Hajiri, autarca de Arsal, disse à Al-Mayadeen, esta semana, que tinham sido feitos preparativos logísticos para que cerca de 3500 refugiados sírios em Arsal pudessem regressar à região de Qalamoun nos próximos dias.

No entanto, diversos refugiados relataram a órgãos de comunicação libaneses ter sido abordados por funcionários do ACNUR, dizendo-lhes que «não vão regressar» e «alertando-os para os perigos que representa o regresso».

Reponsáveis do ACNUR negaram que funcionários do organismo tivessem incitado refugiados a não regressar às suas casas na Síria. Mas Gebran Bassil não se mostrou muito convencido, tendo afirmado, em declarações à SANA, que «há quem queira prolongar a crise na Síria e há quem que lhe queira pôr fim».

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