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Colômbia: dirigentes políticos, agrários e indígenas mortos em menos de 24 horas

Entre os dias 19 e 20, 2 membros do movimento Colômbia Humana e 2 indígenas foram mortos a tiro no Sudoeste do país. Sobe para 1040 o número de dirigentes sociais assassinados desde o acordo de paz.

O departamento do Cauca continua a ser um dos mais violentos da Colômbia, registando-se ali inúmeros ataques a dirigentes sociais, defensores dos direitos humanos e membros dos povos originários
Créditos / Semana

Gustavo Petro, senador e ex-candidato à presidência da Colômbia, denunciou nas redes sociais o assassinato de Gustavo Herrera, que dirigiu a sua campanha no departamento do Cauca, em 2018, e o do dirigente social e agrário Eduardo Alarcón Córdoba.

Advogado e reconhecido dirigente político, Herrera foi assassinado esta terça-feira quando seguia numa estrada entre Popayán e o município de Puracé, depois de ser atacado a tiro por desconhecidos, refere a agência EFE.

Petro exortou os membros do movimento Colômbia Humana a estarem «alerta» e a aderirem «massivamente à paralisação nacional» convocada para hoje por sindicatos e organizações populares, em defesa da vida e de medidas económicas de «emergência», contra os massacres e assassinatos de dirigentes sociais, e a repressão policial.

Sobre Eduardo Alarcón, várias organizações informaram que o dirigente agrário e ex-vereador no município de Campoalegre, no departamento de Huila, foi assassinado na segunda-feira à noite, depois de ter sido atacado a tiro por desconhecidos na sua quinta.

Alarcón promoveu a reforma agrária, que permitiu o emparcelamento de terras e a sua aquisição pelos agricultores do seu município. Pertenceu ao partido Pólo Democrático Alternativo e foi membro do Colômbia Humana.

Indígenas mobilizados em Bogotá e assassinados no Cauca

Também na segunda-feira à noite, em circunstâncias ainda desconhecidas pelas autoridades, foram assassinados a tiro os comuneiros indígenas Avelino Ipia e Héctor David Marín, no município de Caldono (Cauca).

Estes assassinatos ocorrem quando milhares de indígenas colombianos participam na Minga (protesto pacífico) e estão concentrados na Praça Bolívar, em Bogotá, para tentar falar com o presidente do país, Iván Duque, sobre várias questões que os afectam, incluindo a violência. No entanto, Duque tem-se recusado a recebê-los.

De acordo com os dados do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz (Indepaz), 1040 dirigentes sociais e defensores dos direitos humanos foram mortos na Colômbia desde a assinatura do acordo de paz, em Novembro de 2016. Só em 2020 foram 236.

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