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Cerca de 235 milhões de pessoas devem precisar de ajuda humanitária em 2021

A ONU prevê um aumento de 40% de pessoas em situação vulnerável em relação a 2020 e estima que, em 2021, sejam necessários pelo menos 29 mil milhões de euros para garantir a ajuda humanitária.

Crianças numa escola destruída em Ta'izz (foto de arquivo)
Créditos / trtworld.com

Se, no início deste ano, 170 milhões de pessoas precisavam de ajuda de emergência, a previsão para o próximo é de que esse número suba até aos 235 milhões, refere o estudo Panorama Global Humanitário 2021.

O relatório, apresentado pelo Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês), precisa que, se todas essas pessoas com necessidade de ajuda humanitária durante o próximo ano vivessem num país, este seria o quinto mais populoso do mundo.

No contexto da pandemia de Covid-19, subiram os preços dos alimentos, diminuíram os rendimentos, foram interrompidos programas de vacinação e foram encerrados centros de ensino, alerta o texto, sublinhando que, pela primeira vez em 22 anos, a pobreza extrema aumentou – sendo de esperar que surjam múltiplas situações de fome.

No fim do próximo ano, alerta a organização, 736 milhões de pessoas poderão estar em situação de pobreza extrema, a viver com menos de 1,60 euros por dia.

O UNOCHA tem como objectivo chegar a 160 milhões de pessoas em situação de grande vulnerabilidade, as que mais são atingidas pela fome, conflitos armados, deslocações forçadas, efeitos de mudanças climáticas e pandemia de Covid-19, informa a Prensa Latina.

Os 34 planos de resposta apresentados no relatório, coordenados pela ONU, visam dar assistência aos «mais indefesos» em 56 países. Para tal, a comunidade internacional deve contribuir com 35 mil milhões de dólares (cerca de 29 mil milhões de euros) no próximo ano.


Durante a apresentação do documento, o coordenador humanitário da ONU, Mark Lowcock, explicou que estes 29 mil milhões de euros se destinam a evitar a fome, lutar contra a pobreza e manter as crianças vacinadas e na escola.

Lowcock destacou a importância de unir forças para ajudar os países e pessoas que necessitam de assistência e impedir que 40 anos de progresso sejam revertidos.

De acordo com o UNOCHA, os países com maior necessidade de ajuda humanitária são a Síria (4,2 mil milhões de dólares para 10,5 milhões de pessoas afectadas) e o Iémen (3,4 mil milhões para ajudar 19 milhões de pessoas), ambos sujeitos a brutais guerras de agressão dinamizadas pelas potências ocidentais e seus aliados regionais.

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