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Lucros aumentam nos CTT mas salários mantêm-se baixos

A administração dos CTT decidiu aplicar, de forma unilateral, a sua proposta final de aumentos salariais, que ficam aquém das reivindicações dos trabalhadores, denuncia uma estrutura sindical.

Os CTT, uma empresa pública rentável para as contas do Estado, foram privatizados em 2013 e 2014 pelo governo do PSD e CDS-PP
Os lucros foram de nove milhões de euros no primeiro semestre, mais 21% do que no ano anterior CréditosBruno Almeida

A administração dos CTT informou esta semana os representantes dos trabalhadores que vai aplicar a sua proposta final, «que não repõe o poder de compra e fica abaixo da inflação previsível», denunciou em nota o Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações (SNTCT/CGTP-IN).

O sindicato defende que os CTT «podiam e deviam ter ido mais longe», uma vez que os resultados deste semestre indicam que houve mais lucros para os accionistas.

A administração decidiu, unilateralmente, aplicar um aumento de 1% para vencimentos base até 1296,54 euros, de 0,9% para vencimentos base entre 1296,55 e 1926,65 euros, de 0,8% para vencimentos base entre 1926,66 e 2821,10 euros, e um aumento mínimo de 10 euros. Decidiu ainda contratar 100 carteiros e 50 técnicos postais e de gestão até ao final de 2019.

De acordo com a nota, os sindicatos envolvidos nas negociações consideram que estas propostas não correspondem às possibilidades de avanço nas condições de trabalho e na qualidade do serviço, a que não deram o seu acordo.

O argumento apresentado pela administração para justificar estes valores de aumento é o de que «não podiam ir mais longe», afirma o SNTCT, que considera «curiosa» a apresentação de lucros de nove milhões de euros no primeiro semestre, mais 21% do que no ano anterior.

Os trabalhadores exigem um aumento de 1,3% para vencimentos base até 1296,54 euros, de 1,2% para vencimentos base entre 1296,55 e 1926,65 euros, e de 1,1% para vencimentos base entre 1926,66 e 2821,10 euros, bem como um aumento mínimo de 12 euros.

No que diz respeito a contratações, os sindicatos consideraram que a proposta da administração fica aquém das necessidades de ocupação de postos de trabalho em falta, mas concordaram com os números avançados.

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