Precariedade dos investigadores pode prolongar-se

Bolseiros consideram que proposta do Governo deve ser melhorada

Associação aponta críticas ao projecto do Governo, entre as quais a não integração na carreira dos investigadores, que poderão ter contratos até cinco anos.

A contratação de doutorados é financiada por fundos públicos, nacionais e europeus
CréditosJoão Carvalho / CC BY-SA 3.0

A Associação de Bolseiros de Investigação Científica (ABIC), em comunicado de 1 de Julho, considera a proposta legislativa de estímulo ao emprego científico como «mais uma solução paliativa do que uma verdadeira resolução do problema de base».

Ainda que reconheçam «mérito» à iniciativa do Governo, por prever a contratação de investigadores e ser um «primeiro passo para repensar o sistema de Ciência & Tecnologia», existem neste projecto «várias fraquezas que devem ser eliminadas». Uma delas é a não consideração da integração na carreira, crítica também apontada pelos sindicatos que representam os docentes e investigadores universitários.

A proposta do Ministério da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior pretende estimular o emprego científico através de contratos com duração até cinco anos. Segundo a Lusa, estes contratos, dirigidos aos doutorados, terão «quatro níveis remuneratórios, consoante a experiência e o currículo». A ABIC considera que não há «critérios objectivos relativamente à passagem de um escalão remuneratório para outro».

Os bolseiros apontam a exclusão dos «candidatos a doutoramento, assim como outros bolseiros, como os que trabalham no âmbito de projectos de investigação» como outra das insuficiências desta proposta.

O ministro Manuel Heitor espera que este novo regime «abra as possibilidades de emprego de investigadores» e «que substitua progressivamente as bolsas de pós-doutoramento». O Governo conta que até 2020 sejam contratados três mil doutorados, uma meta fixada no Programa Nacional de Reformas. A previsão é que o decreto-lei esteja aprovado até ao final do verão, após a conclusão das negociações com as estruturas sindicais, que se iniciou há uma semana.

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