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Família pobre precisa de cinco gerações até alcançar salário médio

Uma família portuguesa de fracos recursos socioeconómicos pode demorar 125 anos até que os seus descendentes consigam alcançar um salário médio, revela um relatório da OCDE sobre mobilidade social.

O relatório da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), divulgado hoje, aponta que, em Portugal, a condição económica transmite-se «fortemente» de geração em geração.

«Tendo em conta a mobilidade de rendimentos de uma geração para a seguinte, bem como o nível de desigualdade salarial em Portugal, pode demorar cinco gerações para que as crianças de uma família na base da distribuição de rendimentos consigam um salário médio», lê-se na avaliação.

Em Portugal, 24% dos filhos de pais com baixos rendimentos acabam também por ter baixos rendimentos. No extremo oposto, 39% das crianças cujos pais têm rendimentos elevados têm elas próprias rendimentos elevados em adulto. Por outro lado, relativamente ao tipo de ocupação, 55% das crianças filhas de pais operários acabam com a mesma ocupação dos pais, contra 37% da média da OCDE.

Entre os que estão nos 20% com rendimentos mais baixos, 67% acabam por nunca sair da base da pirâmide. «No topo, a persistência é ainda maior e 69% dos 20% com rendimentos mais altos ficam lá durante um período de quatro anos», diz a OCDE.


Com Agência Lusa

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