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Criação de emprego não acompanha subida dos lucros nas grandes empresas

As principais cotadas na Bolsa de Lisboa lucraram 3500 milhões de euros no ano passado, mas o número de postos de trabalho que criaram em Portugal não terá chegado aos 4 mil.

Um desempregado lê os anúncios no Centro de Emprego da Amadora, 2 de Setembro de 2013
CréditosJoão Relvas / Agência LUSA

As empresas do PSI-20, o principal índice da bolsa nacional, aumentaram o número de trabalhadores ao seu serviço em cerca de 15 mil, em 2017, de acordo com o Dinheiro Vivo. No entanto, a maior parte destes postos de trabalho foi criada fora do País. As três empresas que representam 90% da criação de emprego – a Jerónimo Martins, a Mota-Engil e a Sonae – contrataram cerca de 14 mil novos trabalhadores, mas mais de 11 mil fora de Portugal.

Isto significa que o número de postos de trabalho criados pelas empresas mais lucrativas do País não terá ultrapassado os 4 mil em 2017, num ano em que os lucros chegaram ao nível mais alto: 3500 milhões de euros.

A criação de postos de trabalho por parte de algumas empresas, como a Ibersol (restauração), a Corticeira Amorim ou a Navigator e a Altri (celuloses), acabou por ser anulada pelas reduções em algumas das que apresentaram lucros mais elevados, como as dos sectores energético (EDP, Galp, REN) e bancário.

Para além de um ano recorde em termos de lucros, 2017 fica marcado também pelos elevados dividendos que as empresas propuseram entregar aos seus donos. No caso dos CTT ou da NOS, o valor superou mesmo os seus lucros anuais.

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