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Novo governo, velhas políticas

Tomou posse esta terça-feira um novo governo, cujo programa alberga políticas que têm a marca do retrocesso, e que vão desde a diminuição de impostos para quem mais ganha e mais lucros acumula até à privatização da TAP.

Créditos / RTP

A composição do governo PSD/CDS, o perfil político das personalidades que o integram, o programa eleitoral da AD e dos partidos à sua direita, surgem como uma ameaça explosiva para o futuro do Serviço Nacional de Saúde, da educação pública e dos serviços públicos essenciais, mas não só.

Nuns casos teremos o agravamento de políticas, noutras, como por exemplo a política externa, teremos a continuidade na subserviência aos interesses dos mandantes multinacionais. Quem não se lembra de Santos Silva afirmar que Portugal reconhecia Juan Guaidó como Presidente interino da Venezuela, enquanto Paulo Rangel se punha em bicos de pés para se mostrar também «muito bem impressionado» com o alegado Chefe de Estado interino que o chamado «mundo ocidental» procurava impor aos venezuelanos, através de um golpe palaciano. Que vergonha!

Quem se esqueceu da aversão do novo ministro da Educação aos feriados, quando Fernando Alexandre afirmava que os feriados são «um absurdo para um país que se queixa de ser pobre», e os considerava «um entrave para fazer andar as coisas para a frente».

O que fará Nuno Melo num ministério onde o CDS já protagonizou «grandes negócios», como o dos submarinos. Quererá o novo ministro da Defesa desmontar a alegada teia de interesses que está a ser investigada pela Justiça?

«Quem se esqueceu da aversão do novo ministro da Educação aos feriados, quando Fernando Alexandre afirmava que os feriados são "um absurdo para um país que se queixa de ser pobre", e os considerava "um entrave para fazer andar as coisas para a frente".»

Chegar-lhe-ão os montes de estudos que por lá estão, mais os que Helena Carreiras encomendou, para responder aos problemas de recrutamento e retenção nas Forças Armadas? Ou, por outro lado, pretende deixar uma marca positiva nesta sua missão, pondo mãos à obra e contribuir para a resolução dos problemas materiais e humanos que afectam a instituição militar há largos anos, abrir diálogo com os militares e promover alterações no sistema remuneratório, no regulamento de Avaliação e Mérito e fazer cumprir a lei fixando as promoções a tempo e horas? E, por que não reformar a Autoridade Marítima Nacional?

As expectativas são baixas e não se esperam surpresas, considerando o perfil de um governo que, para além de continuar a submeter os interesses de Portugal aos das grandes potências da União Europeia e aos EUA, aparece muito ligado aos grupos económicos, causando preocupações aos trabalhadores quanto aos seus salários e direitos, e também aos reformados.

Será que o diabo, de que falava Passos Coelho, anda por aí?

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