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Aljustrel a braços com problema ambiental e de saúde pública

Nesta vila alentejana há uma concentração de partículas inaláveis (PM10) e níveis de arsénio em quantidades superiores ao definido por lei. O alerta surgiu num relatório da Universidade de Coimbra.

A empresa Almina detém a concessão da mina de Aljustrel 
Créditos / Sem Mais

O estudo não contempla a análise das partículas PM2,5, que são as que representam maior risco para a saúde, mas constata que «existe um problema com a quantidade de poeiras». As partículas PM10 estudadas (as segundas mais finas e mais susceptíveis de se infiltrarem no sistema respirarório) «excedem claramente» os limites permitidos por lei, assim como os níveis de arsénio.

Ao tornar públicos os resultados da análise elaborada pela Universidade de Coimbra, a CDU afirma que os dados mais preocupantes foram recolhidos durante o mês de Agosto de 2020, já depois da obra de encapsulamento da zona de britagem, por parte da empresa mineira Almina, se encontrar terminada, sendo que a empreitada para minimizar a dispersão de poeiras foi concluída em Maio de 2020.

«O "azar" dos aljustrelenses chega a ser tanto, que os dados actuais foram divulgados poucos dias após o término de uma consulta pública sobre o processo de licenciamento único de ambiente, relativa à actualização das capacidades instaladas da Almina, que terminou em 27 de Janeiro do corrente ano, e na qual qualquer cidadão ou entidade se podia pronunciar, e poderia assim tê-lo feito munido destas importantes informações», lê-se num comunicado da coligação PCP-PEV.

Esta força política critica ainda que, decorridos dois anos e meio da reunião da Assembleia Municipal extraordinária sobre a qualidade do ar em Aljustrel, onde foi pela primeira vez reconhecida a existência de um problema ambiental, nenhuma medida tenha sido até agora aplicada na totalidade. 

Reforça que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo «tardam em assumir» as suas responsabilidades e que a Câmara Municipal de Aljustrel não tem sido capaz de assumir uma «postura vigorosa» em defesa do interesse de saúde da população, que convive há cerca de 12 anos com poeiras altamente nocivas. 

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